E era só domingo

E tanta coisa aconteceu…

Entre nós, nada de novo:
Não nos falamos
Nos ignoramos
Não existimos
Diante de nós mesmos
Diante dos outros
Oficialmente não somos nem alguéns

Mas não há nada mais oficial
Do que o que dói sem título
Do que é cicatriz sempre aberta
Do que é sangue morto-vivo
Do que é lacuna nunca cheia
Do que é enchente vazia
Repleta do que não se pode sorver

Talvez, um dia talvez
Mudem o nome da tua rua
Da nossa rua
Mudem a rota daquele ônibus
Mudem a cor daquele muro
Mudem aquela árvore de lugar
Cubram os trilhos do bonde
Cubram os antigos paralelepípedos
Mas nada jamais irá mudar
Queiramos ou não
Aquele domingo

E era só domingo…

E tudo isso aconteceu.

niteroi-bonde-rua-visc-rio-branco-1963-02

4 pensamentos sobre “E era só domingo

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