Não há espaço no meu coração para raiva
E nem para nenhum outro sentimento negativo
Eu sou mais do que isso
Eu não sou juiz
Eu sou perdão
Eu não sou um qualquer
Sou motivo e razão
Eu não sou abandono
Eu sou amor, empatia, compaixão
Eu não sou mais do mesmo
Sou mudança, solução
E não me importo com que me digam
Ou pensem de mim
Eu lido com fatos, atitudes
Não com promessas que são
Que vem e vão
Como bolhas de sabão
E hoje, quando saio às ruas
Levanto a cabeça e miro o céu
E sorrio em busca de um milagre –
E talvez esse milagre seja o tempo! –
Que aos poucos tornará suave
O silêncio
A ausência
A falta
O vazio
O que foi
E o que não foi
Em vão
E ainda assim
Nesse momento difícil
Caminho sem medo
Com muita, muita fé
Na certeza de que o milagre –
O tempo! –
Revelará o que sou
E para onde queria ir
Para onde vou
E se o vento por aí sussurrar
A minha voz, o meu cheiro
Não serão lamúrias
Mas espasmos de saudade
E talvez assim eu seja ouvido
E talvez assim eu volte a ouvir.