Inexplicação

Ficou o que não se disse

O que jaz imanifesto

A cor que não tem nome

A música que de arritmia padece

O doce sem gosto

A alma vazia

O futuro que desabrocha

E inerte

Murcha

Apodrece

Apagaram-se as memórias

A vida em sua plenitude

O amor

Sem freio

O todo

E não o meio

O beijo no calçadão da praia

A água de côco

A poesia declamada

Mariscos e crustáceos

Toques opiáceos

A razão de joelhos

Roupas pelo chão

E nas risadas de terceiros

Foi-se o perfume

O gosto

O cheiro

O bom dia

O boa noite

As pizzas

Os vinhos

E sobrou o açoite

O escárnio

O deboche

A Beth Hart

Que celebrava a falta de sorte

O Tom Jobim

Do eu sei que vou te amar

Ao léu

Em seu leito da mais absoluta

E  pungente

Morte

E não havia nada o que fazer

Só esperar o tempo

Fazer parar de doer

Todo aquele muito que havia para ser tudo

As promessas de amor eterno

Que se esvaíram em um segundo

A falta de sentido

De lógica

Amor

Razão

Cobertos de poréns

E intermináveis contudos

E os corações?

Foram deixados de lado

Esquecidos em algum vão

Na mais completa e inequívoca

Inexplicação.

em-cada-pedra-um-sentimento

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