Há dias

Há dias em que o vento

Carrega o seu perfume

E recarrega minhas memórias

Como se isso fosse preciso

Há dias em que parece que foi ontem

E que tudo não passou de um sonho

Ruim – eu sei!

Mas nada além de um sonho

Há dias em que o café não desce

Em que a garganta meio que se fecha

E que dentro do peito retumba

Um coração ofegante

Há dias em que tudo lembra

Onde nada se acaba

Onde se sente a presença

Como se a ausência não fosse nada

Há dias em que se planeja

O que se planejou um dia

E que parece ter acontecido

Tamanha a euforia

Há dias em que o Sol nasce

Para que a Lua declame

Toda palavra que já foi dita

E que ecoa eterna no tempo

Há dias também bem comuns

E é justamente nesses dias

Que a rotina nem mesmo disfarça

Tudo que havia em comum

Há dias

E sempre

Haverá dias

Porque todos os dias

É dos dias apenas mais um.

fabricio_medeiros_o_amor_nao_perde_tempo_o_amor_nao_ped_l9e6y3n

8 pensamentos sobre “Há dias

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.