Meus sonhos são grandes demais
Para ficarem em compasso de espera
Anestesiados e iludidos
Por desculpas que não são minhas
E por problemas que não são meus
Sinto que perdi parte de minha vida
Sendo empático, pouco prático
Fingindo não ver o óbvio
Com receio de admitir o engano
E simplesmente seguir em frente
Havia sempre aquela coisa do
“Não é possível! Não é possível!”
E ferido, cansado e atônito
Buscava por alguma explicação
Dessas que nunca se recebe
A vida é como é
As pessoas são como são
O erro não é querer muito
Mas esperar muito do nada
E achar que o nada é tudo
É preciso coragem para admitir
Que foram feitas apostas erradas
E que em um jogo de cartas marcadas
Quem joga honestamente
Não tem a menor chance de vencer
Felizmente, acaba por chegar o cansaço
E as fichas invariavelmente caem –
Não há como delas fugir –
Aliás, fugir não é necessário
É imperativo deixar a verdade emergir
Quando se diz não para a mentira conveniente
As palavras se tornam só palavras
Palavras feitas de nada
Não mais é preciso que façam sentido
A necessidade de seu entendimento se cala
A vida segue em frente
E há na frente melhores dias
Dias de verdade, sem súplicas
Dias sem a necessidade de clamar
Pelas coisas simples do coração
E sim, eu aprendi a lição
E ao invés de nadar em raiva
Sou puro amor e perdão
É nisso que sou melhor nessa vida
E sigo em frente cantando alguma canção.
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