NUNCA

Eu me lembro do quanto era fantástico fazer amor com você.
Você dizia e fazia como se me amasse, e eu a amava integralmente, totalmente –
Parecia que de fato nos amávamos –
E todas as vezes que nos deitávamos era assim.

TODAS

Cada toque meu em seu corpo, por mais safado e absurdo que fosse
Também era sempre um profundo gesto de amor e reverencial respeito.
Fui fiel a você em toda e qualquer circunstância.
Mais do que isso, fui fiel a mim e a meus sentimentos
Você era para mim a personificação do sagrado feminino.

SEMPRE

Mas, se aquela com a qual me deitei tantas vezes era só uma projeção ou espelhamento dos meus desejos,
Uma persona criada para tirar de mim o que eu sou capaz de ser e fazer somente quando amo e acredito que sou amado,
Sou obrigado a reconhecer que eu jamais me deitei ou fiz amor com você.
E as consequências disso são inevitáveis e inadiáveis:
Em tempo algum me teve ou foi por mim amada de verdade: sequer sei quem é você.

NUNCA

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