Parte I – Alternativa
Desci do meio das nuvens
E nas nuvens ressurgi
E em um espécie de infinito transe
Lucidamente me confundi
De alguma forma, eu sei
Nos entendemos por inteiro
Bem mais que mil vezes
O dia praticamente inteiro
Dezembro, Janeiro, Fevereiro
Março e logo depois se abriu
Tantos sonhos sobre sonhos
Que uma nova realidade pariu
Filha pródiga, talvez
Viva, real e atormentada
Encurralada entre os desejos ocultos
Delirando entre a cruz e a espada
Talvez seja meio e não fim
Talvez seja fim e não meio
Sobram perguntas incisivas
E pelas respostas eu tateio
E nesse doce descompasso
De amor e desilusão
O coração tem espasmos erráticos
Acompanhados de pura solidão
Antes era a distância
Agora é a presença
Há de haver quantos motivos
Para fugir de uma sentença?
E o tempo não perdoa
Passa como se nada fosse
A culpa não é dele, obviamente
Ele é o juiz do que eu queria que fosse
E agora, chegada a hora
Resta-me fingir que vou repousar
Amanhã, nas nuvens, o perigo
Quero ter certeza, quero tentar.