– Pai, existe buldogue argentino?
– Hein?
– Buldogue argentino, pai!
– Filha, mas são 6 horas da manhã…
– Existe ou não existe?
O pai levanta, vai até o computador, e descobre o Dogo Argentino. Lindíssimo, por sinal.
– Filha, eu descobri um cachorro argentino, mas acho que não é um buldogue… Não sei…
– …
– Filha? Dormiu…
Não consegui dormir depois disso. Se qualquer outra pessoa no mundo fizesse isso comigo, eu ficaria, no mínimo, muito irritado. No caso dela, me limitei a verificar se estava bem coberta, dei um beijo em sua testa, e sorri.
Não, não basta ser pai. É preciso ter prazer em ver os seus filhos crescerem e servir de instrumento sempre que a curiosidade deles se aguçar, e de preferência ajudar a aguçar essa curiosidade. No fim, tudo que eu quero é que minha filha seja uma versão muito melhor de mim. Muito melhor.
P.S.: Essa foto não é da minha filha.