Não seria minha se fosse fácil
Queria eu, ainda assim, que fosse
Se prefiro salgado ou doce?
Tanto faz… Sirva-me.
Quero café, almoço e janta
Quero lanches e também –
A fartura e a abundância desse alguém
E os sorrisos, os lábios etílicos.
Sim, você me deixa embriagado
Por mais que eu coma – não surte efeito!
Sua glicose exijo por direito
Que não tenho, mas finjo que não sei disso.
Quanta hipocrisia para uma só poesia!
Por que metáforas para falar de sexo,
Se só faz sentido ou passa a ter nexo,
Imaginar-me dentro de você?
E ainda assim você é iguaria…
Daquelas que se viaja para comer,
Daquelas que ardem e fazem arder,
Daquelas que eu quero todo dia.
Essas linhas merecem, por certo
Um final para lá de épico e apotético
E ainda que seja conto de fadas ou sonho erótico
É verdadeiro – sabemos disso.
Permita-me tentar.
Você é inevitável e sabe disso
Não ouso listar suas qualidades
Vai que deixo a lista pela metade?
Imperdoável erro de criança.
Vai que com sua pedagogia
E com sua risada um pouco recatada
Consegue resgatar uma alma desgarrada
Que apaixonou-se… Que apaixonou-se.
Você é inevitável – já disse isso
Algumas coisas eu recito e repito
E mesmo diante desse amor aflito
Não canso de pensar em te comer.
Vulgar eu sou? Talvez.
Mas você sabe o que estou oferecendo
Vem para mim, agora, voando, correndo
Também sou inevitável – eu sei disso.

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