Vida post mortem

Já dissemos tudo

Já dissemos nada

Já planejamos tudo

Já planejamos nada

E nossa roda gigante

Com aclives e declives

Dignos de um conto de fadas

Navegamos por risos e lágrimas

Nunca dantes defloradas

E entre ervas daninhas

Monstros e espinhos

Nos perdemos no caminho

Mas insistimos nesta telúrica

E epopéica jornada

 

Dissemos não para o sim

E sim para o não

Acorrentados pelos grilhões amor

Quer seja no prazer ou na dor

Edificamos nossas próprias prisões

Cativos de nossos próprios corações

Somos os sobreviventes

Crentes e carentes

Desse nosso mundo real

Em nada imaginário

 

Que a felicidade nos alcance

Que tudo seja vida post mortem

E que o medo seja esperança

Que sobre em nós a alegria das crianças

Quer seja nas madrugadas fogosas

Ou em para lá de inesquecíveis prosas

Nosso amor é assim:

 

Nunca talvez!

 

Há dias que não

Há dias que sim.

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OlimPiadas

Cariocas e fluminenses, ainda que inconscientemente, se acostumaram com a rotina de medo vivida no Estado do Rio de Janeiro. O direito de ir e vir, até mesmo dos policiais e das forças de segurança em geral, não está garantido. Vamos e não sabemos se voltamos. Simplesmente arriscamos. Roleta russa.

E no meio disso tudo, as Olimpíadas. Ufanismo e demagogia puros. Forças Armadas nas ruas para garantir a segurança da população? Não! Para garantir a segurança dos turistas e das delegações internacionais.

Sinto-me como um cidadão de segunda classe em meu país. Meus governantes não estão preocupados com quem eu amo. Preocuparam-se apenas em superfaturar, roubar, subverter e mamar nas tetas fartas do estado de todas as formas possíveis. A morte de um brasileiro por conta da violência não é nem mais notícia de jornal! Aliás… O que faz o Beltrame na Secretaria de Segurança Pública depois de já ter demonstrado toda a sua incompetência inúmeras vezes? Creio que já são mais de 10 anos de um modelo falido e sem futuro! Por que insistir no que sabemos que não dá certo?

Tenho certeza de que o mundo não verá o Brasil dos brasileiros, mas sim o Brasil dos contos de fadas, de bundas perfeitas, de sexo e drogas abundantes. Será uma experiência inesquecível para todos eles. Putaria generalizada patrocinada pelo dinheiro público (NOSSO DINHEIRO!!!), enquanto a população sofre em todos os sentidos possíveis.

Para os nossos governantes, a população brasileira é um mal necessário. Nada além disso. E para os brasileiros, o legado olímpico será contas para pagar e talvez mais uns 2 ou 3 vírus para serem transmitidos pelos mosquitos. E os turistas estarão sambando, ainda que não saibam, em rios de sangue. Culpa deles? Claro que não! A culpa é inteiramente NOSSA!

Que Deus nos proteja! Só que caso não façamos a nossa parte, até mesmo o todo poderoso virará suas costas para nós.

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