Ao fundo ouço os gritos
São de falta de esperança
Sei que não são de dor ou fome
Eles não saberiam gritar por isso
Nunca deixaram de sentir dor
Nunca deixaram de sentir fome
Não conhecem o oposto disso
E na carência ou ausência de tudo
Eis que surge este deus imundo
Que lhes faz promessas sem dó
Esse ser infernal
Que coaduna todo o mal
Não é nem de longe Lúcifer
Mas se acha mais que o tal
De vermelho, acena destemido
Sabe que depende do sangue
De quem jura defender
Mas em seguida os fazer morrer
Pois são mero mal necessário
E no meio dessa lambança
Onde está de fato Deus?
Leva para longe essa praga
Que assola os filhos teus!
E Deus, em seu tempo, responde…
Em vermelho, agonizará pela eternidade
E nem mesmo no inferno
Terá a sua imortalidade
Pois nem Lúcifer o quer por lá
Será no meio dos que gritam
Em praça pública, nas ruas
Diante dos mesmos que quis
Sempre quis
Enganar
Será lembrado para sempre
Pelos que contra ele lutaram
Como adversário covarde
Puto, imbecil, salafrário
Sindicado será por Nosso Senhor
Que não quer cargos ou salários!
Quero ver a tal coragem
Quando do fundo da sua alma
For extirpado seu orgulho
E seu nome, feito entulho
For depositado em uma
Cova rasa.

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