O que as palavras não podem dizer

Sim, eu te amo
E te quero cada vez mais,
E sempre que eu te chamo
Espero que venhas diferente,
Mais pura, mais leve, mais solta,
De preferência, sem muita roupa,
Pois não haverá muito tempo para resistir.

Fecho os olhos e recebo teus beijos:
Sinto teu cheiro em mim.
E me satisfaço em saber que meu desejo
Está como veio ao mundo,
Exatamente diante de mim.
Sim, meu desejo tem voz
E nesse momento que estamos à sós,
Te possuo com gritos e berros,
Te rasgo com palavras doces,
E tudo de bom que a vida me trouxe
Eu despejo dentro de ti.

Inundo-te feito rio doce, melado,
Nenhuma destruição, só prazer.
Ao mesmo tempo que descanso,
Tua vontade eu agiganto
Beijando, sem pressa,
As portas do teu céu,
Fazendo com que teu contorno se mostre,
E minha congruência mais uma vez invoque,
Mostrando o tanto que quero em ti.

E se feito um número peço que fiques,
E que sem medo te entregues para mim,
Te mostro o que ainda não experimentaste,
E a mistura de dor e prazer em tua face
É o prêmio maior que recebo
Desse momento que vicia,
Marcando definitivamente minhas fantasias,
Quando por sobre seu ombro
Vejo o que tu não precisas dizer.

Sim, sei que te sentes mais mulher agora
E sem dúvida me sinto também mais homem.
Chegastes onde querias,
E no teu rosto, inigualável imagem:
Vejo meu prazer brilhar em ti!
Teu gosto definitivamente meu,
Como se fosse minha própria saliva,
Que sem pressa cristaliza
O quanto que ainda preciso te ter.

Sim, somos puro prazer…
E dentro de nós resta a esperança
De mais um dia, mais uma noite…
Sempre mais, cada vez mais,
Não há nada melhor do que sermos um único corpo.

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O retorno

Meu corpo te diz adeus,
Sem palavras, casualmente,
Sem a força de quem diz que vai
Esperando o momento da volta,
Como corpo que espera o coração bater.

E eu que tanto te quis,
Me olho assustado, surpreso,
Para onde foi todo aquele desejo?
Onde está o nosso último beijo?
Eu não sei. Eu não sei.

Só sei que sou agora o mesmo de antes,
De antes de te conhecer.
Puro, sincero, verdadeiro,
Forte, destemido, louco pelo cheiro
Da vida, do amor, de Deus.

Ah! Meus amigos voltaram,
Voltou a paz da incerteza do destino,
Voltou a luta diária pelo pão de cada dia,
Voltou aquela menina da rua que me sorria,
Voltou tudo, ou melhor, eu voltei.

É, agora eu me pergunto,
Será que por um breve período enlouqueci?
Tenho certeza que não!
Foi coisa do coração:
Coisa que dá e passa.

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Meu Corvo

Na medida em que a noite passava

Em penúria absoluta de repouso

E que em posição fetal

Meu corpo se confortava

Uma anjo de carne e osso

Tomou-me em seus braços

E despertou-me de mim

Em seus beijos e abraços

 

E diante deste alvoroço

Meu corpo e alma acalmaram-se

Após um dia para lá de insosso

Impávido levantou-se, então

O adormecido colosso

E hasteou sua bandeira

Lembrando-me:

Também ser de carne e osso

 

E desde então

As noites não são mais

Um agonizante estorvo

E você, meu angelical corvo

Resgatou-me do mundo dos mortos

Onde havia pilhas e mais pilhas

De putrefatos corpos

Que morreram na espera

De um anjo redentor

Morreram, de fato

Esperando…..

Esperando……….

Esperando…………….

Por amor.

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Em nome de Deus

Se fui capaz de sobreviver

Aos horrores da noite

Haverá vitória retumbante

Durante o dia que se inicia

 

Por mais que me açoitem –

Mil demônios e seus látegos! –

Diante do senhor meu Deus

Minh’alma tem valia

 

Com o coração ferido

Cansado, exaurido

Apronto-me para a batalha

Ainda não fui vencido

 

E se por azar ou sorte

Meu corpo for trespassado

Que não chorem os meus

Pois Deus estará ao meu lado

E eu não temo a morte.

 

Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará.
Hebreus 10:37

 

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