Sem pressa…
Sempre haverá o dia seguinte
Até o dia seguinte
Não a ver mais.
Sem pressa…
Sempre haverá o dia seguinte
Até o dia seguinte
Não a ver mais.
Sim, eu te amo
E te quero cada vez mais,
E sempre que eu te chamo
Espero que venhas diferente,
Mais pura, mais leve, mais solta,
De preferência, sem muita roupa,
Pois não haverá muito tempo para resistir.
Fecho os olhos e recebo teus beijos:
Sinto teu cheiro em mim.
E me satisfaço em saber que meu desejo
Está como veio ao mundo,
Exatamente diante de mim.
Sim, meu desejo tem voz
E nesse momento que estamos à sós,
Te possuo com gritos e berros,
Te rasgo com palavras doces,
E tudo de bom que a vida me trouxe
Eu despejo dentro de ti.
Inundo-te feito rio doce, melado,
Nenhuma destruição, só prazer.
Ao mesmo tempo que descanso,
Tua vontade eu agiganto
Beijando, sem pressa,
As portas do teu céu,
Fazendo com que teu contorno se mostre,
E minha congruência mais uma vez invoque,
Mostrando o tanto que quero em ti.
E se feito um número peço que fiques,
E que sem medo te entregues para mim,
Te mostro o que ainda não experimentaste,
E a mistura de dor e prazer em tua face
É o prêmio maior que recebo
Desse momento que vicia,
Marcando definitivamente minhas fantasias,
Quando por sobre seu ombro
Vejo o que tu não precisas dizer.
Sim, sei que te sentes mais mulher agora
E sem dúvida me sinto também mais homem.
Chegastes onde querias,
E no teu rosto, inigualável imagem:
Vejo meu prazer brilhar em ti!
Teu gosto definitivamente meu,
Como se fosse minha própria saliva,
Que sem pressa cristaliza
O quanto que ainda preciso te ter.
Sim, somos puro prazer…
E dentro de nós resta a esperança
De mais um dia, mais uma noite…
Sempre mais, cada vez mais,
Não há nada melhor do que sermos um único corpo.
Meu corpo te diz adeus,
Sem palavras, casualmente,
Sem a força de quem diz que vai
Esperando o momento da volta,
Como corpo que espera o coração bater.
E eu que tanto te quis,
Me olho assustado, surpreso,
Para onde foi todo aquele desejo?
Onde está o nosso último beijo?
Eu não sei. Eu não sei.
Só sei que sou agora o mesmo de antes,
De antes de te conhecer.
Puro, sincero, verdadeiro,
Forte, destemido, louco pelo cheiro
Da vida, do amor, de Deus.
Ah! Meus amigos voltaram,
Voltou a paz da incerteza do destino,
Voltou a luta diária pelo pão de cada dia,
Voltou aquela menina da rua que me sorria,
Voltou tudo, ou melhor, eu voltei.
É, agora eu me pergunto,
Será que por um breve período enlouqueci?
Tenho certeza que não!
Foi coisa do coração:
Coisa que dá e passa.
Acho que um dia vai ser assim:
Eu não ligo para você
Você não liga para mim
Nada disso fará sentido
Se todo dia acordarmos juntos.
Na medida em que a noite passava
Em penúria absoluta de repouso
E que em posição fetal
Meu corpo se confortava
Uma anjo de carne e osso
Tomou-me em seus braços
E despertou-me de mim
Em seus beijos e abraços
E diante deste alvoroço
Meu corpo e alma acalmaram-se
Após um dia para lá de insosso
Impávido levantou-se, então
O adormecido colosso
E hasteou sua bandeira
Lembrando-me:
Também ser de carne e osso
E desde então
As noites não são mais
Um agonizante estorvo
E você, meu angelical corvo
Resgatou-me do mundo dos mortos
Onde havia pilhas e mais pilhas
De putrefatos corpos
Que morreram na espera
De um anjo redentor
Morreram, de fato
Esperando…..
Esperando……….
Esperando…………….
Por amor.
Se fui capaz de sobreviver
Aos horrores da noite
Haverá vitória retumbante
Durante o dia que se inicia
Por mais que me açoitem –
Mil demônios e seus látegos! –
Diante do senhor meu Deus
Minh’alma tem valia
Com o coração ferido
Cansado, exaurido
Apronto-me para a batalha
Ainda não fui vencido
E se por azar ou sorte
Meu corpo for trespassado
Que não chorem os meus
Pois Deus estará ao meu lado
E eu não temo a morte.
Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará.
Hebreus 10:37
E começa mais um dia
E uma estranha euforia
Toma conta do seu ser:
Café, eu amo você!
Eu sonho que
Um dia
A gente se toque
Se beije
Se deseje
Se consuma
Sem ser em sonhos
Sim, sou assim
Eu sonho que
Um dia.