Já dissemos tudo
Já dissemos nada
Já planejamos tudo
Já planejamos nada
E nossa roda gigante
Com aclives e declives
Dignos de um conto de fadas
Navegamos por risos e lágrimas
Nunca dantes defloradas
E entre ervas daninhas
Monstros e espinhos
Nos perdemos no caminho
Mas insistimos nesta telúrica
E epopéica jornada
Dissemos não para o sim
E sim para o não
Acorrentados pelos grilhões amor
Quer seja no prazer ou na dor
Edificamos nossas próprias prisões
Cativos de nossos próprios corações
Somos os sobreviventes
Crentes e carentes
Desse nosso mundo real
Em nada imaginário
Que a felicidade nos alcance
Que tudo seja vida post mortem
E que o medo seja esperança
Que sobre em nós a alegria das crianças
Quer seja nas madrugadas fogosas
Ou em para lá de inesquecíveis prosas
Nosso amor é assim:
Nunca talvez!
Há dias que não
Há dias que sim.