P.S. 34

Ela diz para todos que sou o grande erro da sua vida, e ainda assim ela erra compulsivamente todas as sextas e todos os sábados (domingos a combinar) desde que nos conhecemos.

Sob juramento

Há quem fale dos próprios erros,

Como se fossem dos outros,

Causados por outros,

Tal como se fossem vítimas

De uma trama

Que nunca sucedeu.

Já os meus erros,

Sob juramento, confesso:

Sou a eles apegado,

E são todos meus.

Algodão doce

Que me tirem tudo

Menos o meu direito de sonhar

Momentos melhores virão

E sonhos não serão mais sonhos

E eu os poderei tocar

 

Eu faço questão de muito

Mas meu muito é imaterial

E ainda assim é intenso, extenso

É de tirar o fôlego

É de me mostrar que sou mortal

 

E assim, eu erro acertando

E acertando, também por vezes erro

É que o sonho, sempre presente

Nunca, jamais ausente

Eu copiosamente venero

 

E se tropeço e caio

Se sou ferido por espinhos

Levanto-me sujo de sangue

Disfarço e sigo adiante

Meu expurgo faz parte do meu caminho

 

Só peço humildemente a Deus

Que esses sonhos me trouxe

Que alegre meu coração amuado

Pois eu sei que lá, quando eu chegar

Todas as nuvens serão de algodão doce.

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