Nada a temer
Por nada esperar.
Deixou morrer a esperança,
E deste dia em diante,
Fulgiu e chamejou
A própria vida.

Nada a temer
Por nada esperar.
Deixou morrer a esperança,
E deste dia em diante,
Fulgiu e chamejou
A própria vida.
Ter fé é isso: brindar pelo que já se tem e pelo muito que ainda há de vir. Que venha o futuro! ❤❤❤
Você se foi e não se tornou uma pessoa horrível por isso. Não passei a te odiar e a torcer para que tudo dê errado em tua vida por conta de você ter ido embora. Não mesmo. Não faria sentido algum ser assim. O que eu sentia era amor e continua sendo de alguma forma.
Deixei claro que por mim você não iria. Deixei claro o quanto eu te amava, e se mesmo assim você decidiu ir, o que posso fazer além de torcer para que você seja feliz?
Amar é isso. É deixar ir. Se você faz falta? Muita. Minha vida ficou meio sem graça, como se estivesse faltando um pedaço. Há dias bem difíceis. Mas, se você não queria ficar, de que me adiantaria a sua presença? De nada. De absolutamente nada.
É preciso encarar os fatos. Até para sofrer é preciso ter dignidade. Você se foi porque quis e nesse sentido me fez até um favor. Quero ao meu lado quem sinta que precisa e queira estar comigo, que ria das minhas palhaçadas, que admire a maneira como eu encaro a vida, o meu jeito de amar, e que sinta vontade de ficar e pagar para ver como vai ser o futuro. Eu mereço isso, entende? Também mereço ser feliz.
Eu espero que você esteja feliz e curtindo a tua vida. Era isso que eu te desejava e nesse sentido nada mudou. O que vivemos juntos foi uma (quase) vida inteira, e não vou deixar que um eventual apego ou mesmo alguma carência turvem ou distorçam as nossas memórias. Não mesmo. Foi tudo muito bom (minha memória é seletiva: só lembro das partes boas).
Eu? Eu vou ficar bem. Eu sempre vou ficar bem. Tinha certeza disso antes de te conhecer. Essa certeza permanece e independe de você. Ainda estou me acostumando a viver sem as nossas rotinas (juro que eu gostava delas), mas a vida segue seu curso.
Um beijo e fica bem, tá? Posso até não concordar com a tua decisão, mas acima de tudo eu respeito o teu direito de não querer ficar. É o mínimo que posso fazer em nome do que a gente viveu.
P.S.: Você fica linda sorrindo. Sorria sempre!
Uma coisa que eu aprendi é que para cada pergunta que já fiz sobre a minha vida, antes mesmo da pergunta ter sido formulada, já havia uma resposta. E a resposta estava ali, bem na minha frente, apenas esperando a pergunta correta ou mesmo adequada para emergir.
E pensando sobre isso, me dei conta que já tive medo de fazer certas perguntas por ter medo de me deparar com as suas respostas. Sim, essas mesmas respostas que eu dizia que procurava. A questão é que de fato as dúvidas não existiam. O que existia era um mecanismo de defesa, pois ao não fazer as perguntas eu podia dizer que desconhecia ou mesmo que não sabia das respostas.
Quanta tolice! Quanta imaturidade! Quanto tempo perdido em questionamentos intermináveis, até mesmo quando o óbvio insistia em se fazer presente. Quanta energia desperdiçada! Quantos “socos na parede” apenas para perceber que a parede não se importava com meus socos e permanecia completamente indiferente à dor em minhas mãos, à dor em minha alma, em meu coração. Minha dor e de mais ninguém.
Admitir que eu não sabia lidar com algumas respostas (i.e. a verdade) foi um dos processos mais dolorosos que já tive que enfrentar na minha vida. E até para isso já existia uma resposta:
“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” – João 8:32
E assim, percebi que talvez eu não quisesse me libertar. Talvez eu apenas quisesse que as coisas não fossem como elas realmente eram. Talvez a esperança de que algo mudasse fosse grande e forte o suficiente para me fazer pensar em esperar até que a resposta mudasse. E muitas vezes eu fiquei esperando, esperando, esperando…
Seria, então, a esperança algo ruim? A esperança paralisante é. Algumas vezes, tudo que precisamos fazer é olhar para Deus e dizer: “Toma! Isso é grande demais para eu resolver!” E assim seguir em frente, na certeza de que as coisas serão como tiverem que ser. O que seria a fé senão isso?
Ainda tenho medo de algumas respostas – que isso fique claro, mas também tenho esperança. Não necessariamente a esperança de que algumas respostas mudem, mas a esperança de que encontrarei em meu caminho meios que me façam ir adiante mesmo diante de respostas com as quais não sei lidar (ainda).
E que assim seja. Eu tenho fé e isso é tudo que eu realmente tenho.
É só isso. É tudo isso.
Ao andar sozinho
Percebi detalhes do caminho
Fui capaz de ouvir meus passos
Observar minha respiração
E o ritmo do meu coração:
Eu me senti
Ao andar sozinho
Passei por flores e espinhos
Becos, avenidas e praças
Do chão batido ao asfalto
Do sapê ao concreto, do aço à lata:
Eu senti o mundo
Ao andar sozinho
Provei todas as cores e temperos
Beijos e abraços intensos, insossos e acesos
Camas desarrumadas e fartura sobre as mesas
Tudo passageiro com retrogosto definitivo:
Eu senti o passar do tempo
Ao andar sozinho
Nada controlei ou antecipei
Nada esperei e muito recebi
E com o peito inundado pela esperança
Tornei-me da minha vida autor e protagonista:
Eu me reconheci.
Ousei dizer que da vida já tinha visto de um tudo
Grave erro
Proposital engano
Assisti ao vivo o meu ego em seu enterro
Por crer que tinha visto de um tudo, achei que de tudo já sabia
Quanta ousadia!
Hoje sei que não sei mesmo de um tudo
E talvez de um tudo nem queira saber
A grande verdade é que não me brutalizei com os anos
Não deixei ir a minha inocência
Dói-me quando vejo a dor de alguém
Ainda que em troca eu só receba intolerância
E em cada aprendizado ou reaprendizado
Por mais que as lágrimas jorrem em primeiro plano
No fundo haverá para sempre o meu eu sonhador
Posto que do muito que não sei, sei do amor
E no amor
Eu sei que de um tudo eu amo.
Áspera
À espera
A vida
Quem me dera
Ter-te aqui
Agora
Afinal
Seja como for
Sempre antes
Nunca depois.
E a gente vai…
Sóbrio ou ébrio
De pé ou de joelhos
Sorrindo ou chorando
Mas a gente vai…
Ir é necessário
Ainda que não seja por opção
Ir faz-se necessário
Em um universo de infinitas possibilidades
É um sinal de gratidão
Pelo que já foi
Pelo que é
Pelo que ainda está por vir.