Inexclicáveis

De todos os clicks e likes que já recebi

Quantos tantos outros deixei de receber

Por serem inexclicáveis?

Quantos foram sorrisos?

Quantos foram saudade?

Quantos foram desejos?

Quantos foram vontades?

Quantos foram orgasmos?

Quantos foram queijos e vinhos?

Quantos foram café?

Quantos foram eus desobrigados?

Quantos foram paixão?

Quantos transbordaram?

Quantos foram o infinito?

Quantos foram liberdade?

Quantos foram amor?

Quantos ainda hoje são

Quantos simplesmente são

Independentemente do que se diz que é?

Quantos…

Quantos…….

Quantos………….

Tudo é tão inexplicável

E a vida assim

Seguindo

Morrendo

E vivendo

Em verdades

Inexclicáveis.

Nada foi em vão 

Já passamos da fase do “eu te amo”

Hoje, os sorrisos entregam

As vozes denunciam

E os olhares penetram

 

O “eu te amo” ficou pouco

Ficou rouco

Talvez até tosco

Diante de tudo que é sentido

 

Os gestos anunciam

Os abraços reverenciam

Os corpos confrontam-se

Misto de realidade e fantasia

 

Já não é saudade

É necessidade

Cedo ou tarde

Pura e total reciprocidade

 

Fazer o que, então?

São coisas do coração

O nosso primeiro “eu te amo”…

Meu amor, nada foi em vão.