Entre você e eu
Nunca fique na dúvida:
Escolha-se;
E talvez assim
Você me escolha
E –
Quiçá! –
Eu escolha você.
Entre você e eu
Nunca fique na dúvida:
Escolha-se;
E talvez assim
Você me escolha
E –
Quiçá! –
Eu escolha você.
Considero uma das poesias mais bonitas que eu já escrevi. Gosto muito, muito desses versos.
Anteparo
Parece que cresce
Que remexe, que tece
Que cria raízes
Mas é fotografia
De álbum antigo
De melancolia
Só que é tão presente
Que quando ausente
Não deixa nem respirar
E quando presente
Faz o não coerente
Para a razão se ausentar
Talvez seja eterno
O jeito mais que doce
De não falar de amor
De um amor tão calado,
Que berra pecados,
Que urra e canta…
A beleza de amar
O que o torpe destino
Não quis coroar
Pois nem coroa apresenta
E seu cetro só ostenta
Lágrimas de um trovador
E nesse império
De luxúria e mistério
Rego com lágrimas o que plantei
Um sopro de vida
Uma divina rotina
De carinhos não meus
Quem sabe outra chance
Outro dia, outro lance,
Com a sorte desnuda
Feito meu peito rasgado
Pelos lábios molhados
Que eu afirmo: são meus.
Que sirva de aviso –
Não há prejuízo
Em amar até morrer
Pois até no desamparo
O amor é o anteparo
Dos males do eu.
Normalmente, eu escrevo um texto e procuro uma imagem ou frase que tenha a ver com ele. Hoje, faço o contrário.
Passeando pelo Pinterest, encontrei a frase que está no final desse texto.
Somos criados (eu pelo menos fui) diante da máxima “ninguém é insubstituível”. E de uma forma ou de outra, essa frase é uma grande falácia. Ela parte do pressuposto que a vida é uma espécie de competição, onde temos que nos posicionar de maneira superior aos demais para não sermos substituídos. Talvez haja verdade nisso em se tratando de ambientes estritamente profissionais, mas a vida é bem mais do que mero profissionalismo…
Eu tenho qualidades e defeitos. Todos temos. Em nossa jornada pelo mundo – nossa vida, somos constantemente bombardeados pela sensação de que devemos seguir um determinado padrão para que a aceitação venha. E nos culpamos e até mesmo nos rejeitamos por conta disso. É um eterno jogo do tipo “se eu fosse assim, a minha vida seria melhor”. Ledo engano.
Eu, Fábio, sou único. Sou um conjunto de experiências e histórias, de vitórias e derrotas, que me fazem ser eu, Fábio. Percebem o poder disso?
Há pessoas que pensarão em você e sentirão em você (e por você) somente o que VOCÊ pode dar, o que somente VOCÊ pode ser. E justamente por isso, no dia de hoje, seja lá quem você for, gostaria de deixar claro que VOCÊ é especial e que EU também sou. E sim: sermos o que somos é de fato um super poder.
Não deixe que um dia difícil ou um momento difícil defina a sua vida. Não deixe que a opinião de uma pessoa (ou grupo de pessoas) seja algo limitante ou mesmo constrangedor. VOCÊ É VOCÊ E SÓ VOCÊ SABE SER ASSIM.
Em busca da melhor versão de nós mesmos – SEMPRE!!!, mas na certeza de que somos o bastante e que somos capazes de, de alguma forma, fazer a diferença no mundo e nas pessoas que nele habitam.
VOCÊ tem superpoderes e EU também. Seja bem-vindo ao clube. Nós somos insubstituíveis. 🙂
Dos outros,
Não espero muita coisa.
Acontece que
EU NÃO SOU
Os outros.
Daqui a 10 anos
Não quero estar onde estou
Onde estive
Quero-me para mim
E somente por mim
Já que sou o maior presente da minha vida
Daqui a 10 anos
Quero ter sentido
E sido muito mais
Posto que a vida é fugaz
E sei que somente depois da morte
Haverá algum tipo de paz
Daqui a 10 anos…
Dez anos?
Dez anos é tempo demais
Melhor deixar logo tudo para trás
E recomeçar hoje
Agora
Sem demora
Já está mais do que na hora
De viver de dentro para fora.
“Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” – Geraldo Vandré
Frases contraditórias. Muitas vezes se espera para saber. A iluminação pode surgir em um piscar de olhos, mas ela também pode aparecer depois de um tempo. O importante é estarmos em busca do saber.
Acho que a dúvida de muitos é onde encontrar esse saber, que em última análise se transforma em uma grande busca por respostas. Procuramos em livros, em artigos, em amigos e em familiares as respostas para as quais precisamos. Tais respostas costumam variar bastante. Algumas se apresentam contraditórias. Nos esquecemos, entretanto, de perguntar para quem via de regra sabe todas as respostas: nosso eu interior.
Entretanto, isso não é tão simples quanto parece. É preciso que o seu eu interior esteja conectado ao universo e preparado para receber respostas, muitas vezes, completamente diferentes das que esperavamos obter.
O universo tudo sabe. Se o universo te fez chegar até às perguntas, as respostas já existem. Ouça-as. Veja-as. Elas estão em todos os lugares, até mesmo nos mais inusitados.
Mas não… É bem provável que ela não venha na forma de palavras. É bem provável que não seja verbalizada. É bem provável que venha através de sinais.
Sim, sinais! É a música que toca, o pássaro que voa distante, o vento, o barulho das ondas do mar… Contextualize os sinais diante de suas perguntas e pronto. Eis que surgem as suas respostas.
Aceite-as. Receba-as com gratidão. Por mais dolorosas ou difíceis que sejam ou pareçam ser, são as verdadeiras respostas. São as únicas respostas. São a verdade. A verdade que sempre esteve dentro de você e que o universo simplesmente aflorou quando você realmente quis ou estava preparado para encontra-la.
Não tema a verdade. Ela é o único meio de sermos realmente livres. Deixe a verdade te surpreender.
Em geral, aqueles que acreditam que as pessoas e os fatos orbitam a sua volta, no entorno do “eu”, costumam se dar conta de que um “nós” é possível apenas quando este já não existe ou perdeu o sentido de existir.
Que não te esqueças de mim
Quando a noite chega
Não tenho medo do escuro
Mas fico reflexivo, taciturno
À mercê dos perigos do mundo
E estes me rondam
Sondam-me
Provocam-me
Para que meu pior aflore
Que se mostre e devore
Tudo do qual não careço
Ou nutra qualquer apreço
Sim, quase tudo tem seu preço
E eu que não estou a venda
Fui por ti do fim ao começo
E irei do começo ao fim
Cabeça erguida
Eu sou assim
Uma ovelha desgarrada
Uma alma do avesso.
Eu estive nas entranhas do seu corpo
Quis o destino que nossos sonhos
De carne e osso
Se materializassem
E criassem esse grande colosso
Do que falo?
Repare no seu corpo enquanto falo
Repare no meu corpo enquanto falo
Não é controlável
Não é domável
É selvageria de dar gosto
Como é quando se lembra de mim
E não estou por perto?
Eu sei… Parece loucura
Mas essa sincronicidade
Sem limites
É brutalmente real
Como dentro, assim fora
Assim aflora
Ora lógica difusa
Ora lógica nítida
Ora réu que a todos acusa
No lugar de nossos arquétipos
Desejos e sonhos reais
Manifestação de seres racionais
Que descobriram que o descoberto
Não era suficiente, pelo contrário
Os deixava inquietos, boquiabertos
Deliciosamente incertos
Na busca do que transcende ao eu
E os sublima em nós
Quando estamos a sós
Diante de nós mesmos
Quem é o comandante desta nau?
Entenda… Não há comando
Esse é o desafio
Estamos à mercê do vento
Eufemismo dos nossos pensamentos
Que se revelam em segredo
Quer seja no início do dia
Quer seja no meio da noite
Sabemos como desenrola-se tal enredo
Inapropriadamente perfeitos
Inadvertidamente direitos
Pura e perfeita confissão
Somos tempestade, raio e trovão
Desejo, amor e paixão
Existimos somente na nossa sanidade
Que faz questão absoluta de emergir
Para nos mostrar que nunca
Absolutamente nunca
É tarde para existir.
Para ti, deixo os sonhos não realizados
O amor não vivido
O medo que te cala
A culpa que te amordaça
E deixo porque nada disso
Jamais foi meu
Tu que és minha
E eu que sou teu.