Entre as bolhas que murmuram
Na taça de espumante,
Vejo completamente nua
A minha alma e a tua.
Lembro-me do correr dos hojes:
Dos momentos,
Das conversas,
Do sol,
Dos ventos,
Dos aceites,
Das entregas…
No silêncio,
Ouço as bolhas do espumante
Mais ainda murmurantes,
Explodindo em meus ouvidos,
Chamando-me para aceitar o sentido
De tudo que vem acontecendo.
E agora,
Diante da taça vazia,
Aninho-me a teu corpo
E deixo-me ir
Para o amanhã,
Onde lutaremos pelo pão –
E por tudo mais que nos for
Essencial, verdadeiro e necessário –
De cada dia.
E desta vez, que nem tudo se exploda,
Só do espumante as infinitas bolhas:
Bolhas de alegria, alegria!
Posto que tu és revigorante euforia.
