Erros e defeitos são oportunidades de crescimento desde que sejamos absolutamente sinceros com nós mesmos.

Fascinam-me os pássaros,
Flutuando ao lado da ponte
Sem precisar bater suas asas
À mercê da magia do vento.
Fascina-me a ponte
Que serve de refúgio aos pássaros
Imponente diante da paisagem
À mercê da magia do tempo.
Fascino-me eu comigo,
Diante dos pássaros e da ponte
Diante do vitrificado horizonte
À mercê de Deus adiante eu sigo.
Eu exagerava
Nas palavras que te dizia,
Em como te descrevia,
Mas havia um motivo:
Tudo relativo a ti
Era em mim exagerado.
Cada despedida,
Uma morte.
Cada abraço,
Uma ressurreição.
Tu eras um exagero em minha vida,
Daqueles que nunca são suficientes,
Que nunca são o bastante.
E ao mesmo tempo não eras vício,
Mas sim uma opção,
Que eu fazia e refazia,
Todos os dias.
As minhas intenções
E mesmo limitações,
Eram muitas e claras,
Porque eram óbvias
E eram a minha maneira
De dizer que eu –
Todo o meu eu –
Era todo teu.
Amei-te por amar-te,
Sem pensar ou teorizar,
Porque amando-te,
Descobri-me, despi-me,
Como nunca havia feito antes.
E hoje,
Nas andanças do tempo,
Todos os dias,
Guardo-te nos exageros
Também presentes
Nos jardins de minhas memórias,
Onde só brotam rosas brancas.
Há inocência nas palavras do poeta.
Há projeções.
Há idealizações.
Há fantasias.
Há idiossincrasias.
Há crenças.
Há fé.
Há verdades que o tempo se encarrega de mostrar
Que não possuem lastro algum na realidade.
E nesse processo, algumas poesias se apagam,
Outras tantas se perdem,
E o poeta se sente um bobo,
Um contador de histórias ridículas,
Um louco,
Um palhaço de circo
Cercado por hienas famintas.
A plateia dele ri e debocha.
Caçoa-o de forma vil,
Torcendo pela sua morte,
Mal sabendo que é na morte, –
Mais uma entre tantas mortes –
No meio do escárnio e do suplício,
É que o poeta encontra a sua redenção,
Retomando a sua forma mais sublime.
Há inocência nas palavras do poeta,
Posto que a inocência é o seu líquor, sua essência,
De forma que ele apenas lamenta
Por quem em suas palavras
Nada dele viu ou a ele sentiu,
Fustigando o poeta pela sua própria existência.
Se eu pudesse dar um conselho para alguém, seja essa pessoa quem for, o conselho sempre seria o mesmo: conheça-se profundamente e ao extremo, em todos os detalhes.
Conheça as suas qualidades e os seus defeitos. Conheça como você opera, como você pensa, como você age. Saiba o que você faria e o que não faria. Saiba quais são os seus valores, quais são as suas crenças. Saiba o que você aceita e o que você não aceita. E, acima de tudo, saiba o que você é e também o que você não é.
Porque a vida vai te dar muita porrada. Vão jogar lixo na sua cara. Vão fazer acusações relacionadas à coisas que você sabe que jamais faria. Vão dizer coisas sobre a sua pessoa que você simplesmente sabe que não é. E isso vai acontecer no trabalho, em rodas de amigos, em relacionamentos românticos, na igreja, e em qualquer outro ambiente ou lugar.
Antes de perder seu tempo se justificando ou se explicando, consulte quem você é. A acusação merece defesa ou quem o acusa já o condenou? A ofensa merece o seu desequilíbrio emocional? É bem provável que não e isso por si só já é uma resposta. Aliás, o silêncio costumar ser a melhor das respostas.
Da próxima vez que tentarem de tirar do sério por qualquer motivo que seja, aprume-se. Quem se conhece não concede ao outro o direito de definir ou mesmo insinuar algo que seja diferente da sua essência. Quem se conhece não se abala com o julgamento dos outros.
Conheça-se. Esse é o único caminho.
Se algum dia eu deixar de te amar,
Meu grande amor,
Saibas que serás a primeira a saber.
Dói-me pensar nisso,
Mas é porque contigo penso em tudo,
Por mim e por ti.
Se todo este amor que sinto,
Se toda esta paixão que me aquece,
Um dia for embora, acredite:
Eu serei o primeiro a por isso sofrer.
Porque não está e nem nunca esteve
Nos meus planos mais sinceros
Deixar de te amar, de te ter,
Ainda que isto possa acontecer.
E digo essas palavras
Sem antever nada disto!
Não se trata de um aviso ou algo parecido.
É apenas uma declaração de amor invertida,
Dorida…
Sofrida…
Porque no dia em que eu deixar de te amar,
Não serei mais digno de tua presença,
E serei forçado a me retirar da tua vida,
Mas não sem antes me despedir.
Não fugirei do meu dever de dizer
Que não mais te amo.
Não deixarei que saibas por terceiros
O que sinto ou deixei de sentir.
Porque hoje és a minha vida,
E ainda que um dia deixes de sê-la,
Também eu deixarei de ser
A minha parte que só em ti e por ti existe.
Se algum dia eu deixar de te amar,
É porque parte de mim mataram
Ou parte de mim morreu.
Há um poema
Entre tuas pernas
Que foi escrito
Com minha língua
Há um poema
Em tua face
Que foi escrito
Com tua caligrafia
Há partes que não cabem
Há partes que não entram
Cheiros e gostos rimados
Por fora e por dentro
Nestes saraus devassos
Nossa história escrevemos
Lirismo que não se cala
Que ou grita ou está gemendo.