Nossa Senhora de Fátima – 2023

Não sei o que seria de mim sem Nossa Senhora de Fátima. Eu realmente não sei.

Durante o ano, é sempre com a ajuda dela que me aproximo de Deus. Talvez eu me sinta mais confortável em conversar com ela, a quem costumo chamar de mãe. Não sei explicar exatamente como funciona.

Só sei que sou grato, muito grato, por tudo que ela fez e faz na minha vida, sempre em nome de Deus. Grato pela inspiração, pelo carinho, pela proteção… Enfim, por tudo.

Obrigado, meu bom Deus, por permitir a presença desta grande consoladora em minha vida. Sem ela, eu nada sou.

Ave Maria

Ave Maria, cheia de graça, 
o Senhor é convosco, 
bendita sois vós entre as mulheres 
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. 
Santa Maria, Mãe de Deus, 
rogai por nós pecadores, 
agora e na hora da nossa morte. Amen

O Diabo em nosso dia a dia

Um dos piores desfavores que as religiões fazem para seus seguidores é representar Diabo de maneira arquetípica: chifres, rabo, fogo, cheiro de enxofre, etc.

Mas não é este mesmo Diabo descrito como o Príncipe das Mentiras? E assim sendo, não poderia ele mesmo se apresentar de maneira que fugisse ao seu arquétipo justamente para não ser reconhecido?

Parece-me óbvio que o diabo está em botecos cheios de pessoas caindo pelo chão, casas de prostituição, surubas em geral, mas não será esta uma visão simplista? O que o diabo tem a ganhar nestes lugares, já que as pessoas que lá estão já sucumbiram às trevas?

Minha argumentação tem um único objetivo: mostrar que as coisas não são tão simples quanto parecem. O Diabo não está apenas nos lugares óbvios que mencionei. É possivel encontra-lo em situações cotidianas. E ao encontra-lo, ele provavelmente não terá a aparência arquetípica. Talvez não se manifeste como ou seja o que se espera da personificação do mal. Talvez seja apenas uma serpente silenciosa, que entra na vida das pessoas como quem deseja a elas tudo de bom. Como um amigo, um amor, um mentor, ou de qualquer maneira que possa seduzir, desviar e inflar o ego de suas vítimas. E tudo isso apenas para ganhar a confiança, o amor, e logo depois deixar as vítimas no chão, sem esperança, sem dignidade, bem longe de Deus.

Portanto, é bom repararmos nos detalhes e não nas aparências. Reparar nas atitudes e não nas palavras (palavras são NADA para o Diabo). No que de fato é e não no que é vendido ou prometido.

O Príncipe das Trevas só tem o poder que é voluntariamente fornecido a ele, de maneira consciente ou não. Fiquemos todos atentos, então, e cada vez mais perto de Deus para que não sejamos enganados ou iludidos pelo Príncipe das Mentiras.

Maiores detalhes em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcifer

Sendo homem

A grandeza deste homem é INFINITA. Ele não ama. Ele é o amor.

O perdão de Jesus é assustador – ou admirável? – Professor Frederico Lourenço

No capítulo 9 do Evangelho de Mateus (v. 8 ), há um problema textual fascinante.

Depois de Jesus ter curado o paralítico com a afirmação de que Lhe é lícito «perdoar os erros» da humanidade, como reagiram as pessoas à sua volta?

Sentiram medo (em grego, ephóbēsan – ἐφοβήθησαν), como se lê nos manuscritos mais antigos do Novo Testamento?

Ou sentiram admiração (ethaumasan – ἐθαύμασαν), como se lê na maioria dos manuscritos de Mateus?

É assustador que Jesus perdoe os nossos erros? Ou é admirável?

Na tradição convencional do cristianismo ortodoxo, o facto de Jesus perdoar os nossos erros não é assustador; é admirável. Por isso lemos, na tradução de João Ferreira de Almeida, que as pessoas «se maravilharam» perante a capacidade de Jesus perdoar os erros.

No entanto, na minha tradução lê-se que as pessoas «tiveram medo». Pois é isso que está no Codex Sinaiticus, no Codex Vaticanus, e no Codex Bezae – os mais antigos manuscritos que nos transmitem o Novo Testamento praticamente completo. Na Vulgata, note-se, lemos correctamente «timuerunt».

Qual será o medo de haver Alguém que, em vez de contabilizar os nossos erros como prova de acusação contra nós, simplesmente os manda embora (pois é isso que significa literalmente a expressão que costumamos traduzir por «perdoar»: em grego, o infinitivo ἀφιέναι e, em latim, o gerúndio: «filius hominis habet potestatem in terra DIMITTENDI peccata»).

Se confiarmos em Jesus, os nossos erros serão simplesmente mandados embora. Que medo pelo facto de, afinal, não termos de sentir medo!

Mas que bela razão, ao mesmo tempo, para glorificarmos a Deus, «que dá uma tal autoridade aos seres humanos» (Mateus 9:8: em latim, «qui dedit potestatem talem hominibus»).

Na imagem: o episódio visto por Murillo.

Antônio

Segunda-feira. Antônio acordou bem cedo e feliz. Finalmente chegara o dia de iniciar o seu estágio em uma repartição pública. Diga-se de passagem, estágio obrigatório para a sua formatura.

Fez a barba e colocou a sua melhor roupa. Caprichou no perfume. Deu um beijo na mãe e saiu correndo para não chegar atrasado no primeiro dia, ainda mais porque precisava pegar dois ônibus para chegar até a empresa.

Chegou com 45 minutos de antecedência. Não havia uma viva alma no lugar. Apenas um vigia que não podia deixa-lo entrar porque ela ainda não tinha crachá.

Aos poucos, os funcionários e estagiários foram chegando. Ele se dirigiu até a portaria para pegar algum tipo de identificação, mas como o time do RH só chegaria na parte da tarde, recebeu um crachá de visitante e em seguida foi levado até a sala do seu novo chefe.

O chefe o recebeu com entusiasmo. Disse que havia uma mesa e um computador esperando por ele. A tal mesa estava abarrotada de processos, e o chefe se sentou a seu lado para explicar quais os critérios para um processo ser aprovado.

“Parece fácil! Vou dar tudo de mim e terminar logo com isso tudo!”

Os outros funcionários do departamento não pareciam muito empolgados. Fumavam e bebiam café o dia inteiro. Volta e meia sentavam em suas mesas e por lá não ficavam mais do que 30 minutos. Tinha até gente fazendo unha em pleno escritório.

Acabou esquecendo de almoçar e terminou de verificar todos os processos que estavam em sua mesa. Viu alguns olhares atravessados em sua direção, mas não entendeu exatamente do que se tratava. Como já havia passado mais de 30 minutos do fim do horário do seu estágio, foi-se embora. Não antes de falar com o seu chefe, claro, mas foi informado que seu chefe já havia ido embora logo depois do almoço.

Nem os dois ônibus de volta o incomodaram. Comeu alguma coisa em uma birosca na frente da faculdade (era bolsista – passou em primeiro lugar na prova de seleção) e foi para a aula. Chegou em casa acabado, por volta das 23h00. Foi dormir feliz.

No dia seguinte, ao chegar ao escritório, foi chamado pelo seu chefe.

– Antônio, você está de parabéns! Em um dia só acabou com todos os processos que estavam na sua mesa!
– Obrigado, chefe! Eu sou novo aqui e estou querendo mostrar o meu valor…
– Eu entendo, Antônio, mas veja… As coisas aqui seguem um determinado ritmo. Não adianta a gente acelerar todos os processos aqui para eles ficarem em espera no próximo departamento para o qual irão, entende?
– Mas se precisar, eu posso ajudar lá no outro departamento também!
– Sim, claro, mas eles já tem um estagiário lá. Eu não posso permitir isso. Vamos fazer o seguinte, então… Não mais do que 10 processos por dia, ok?
– Mas já há uns 20 em cima de minha mesa só de hoje…
– Sim, mas vá com calma. De 10 em 10 todos os dias, ok?

Antônio saiu frustrado da sala de seu chefe. Em menos de uma hora e meia deu conta dos tais de processos e ficou sem ter o que fazer. Perguntou se algum dos seus colegas de trabalho precisavam de ajuda, mas nenhum deles aceitou a oferta.

E assim foi na quarta e na quinta-feira também. Até que na sexta-feira, ao chegar a sua mesa de trabalho e abrir sua gaveta, percebeu que havia um envelope com 500 Reais. Ele achou estranho, porque o RH havia pedido a sua conta corrente (que ele nem tinha antes de estagiar), e por isso foi falar com o chefe.

– Bom dia, chefe! Encontrei este envelope com 500 Reais na minha gaveta. O senhor sabe de quem é esse dinheiro?
– É seu, Antônio! É seu.
– Não é! Eu tenho certeza.
– Antônio, deixa eu ser um pouco mais direto: para trabalhar aqui, este dinheiro precisa ser seu, entende? É a regra. Vale para todo mundo. Agora, vá fazer o seu trabalho.

Antônio saiu da sala do chefe cabisbaixo. Entendeu bem o recado: para trabalhar ali, ele precisava participar do esquema.

Pegou o envelope, o colocou de volta na sua gaveta, pegou suas coisas e foi embora. Ao passar pela portaria, deixou o seu crachá de visitante. Olhou para o prédio e pensou:

“Eu realmente era só um visitante.”

Chegando em casa, recebeu um abraço apertado do seu pai e da sua mãe. Muito humildes, choraram ao perceber que seus valores tinham seguido adiante na figura de seu filho. Seu pai disse:

“Estamos muito orgulhosos de você. Temos certeza que Deus também.”

Na semana seguinte, conseguiu um outro estágio. Hoje, é casado e tem dois filhos, e junto com sua esposa e passa adiante o que recebeu de berço, diretamente se seus pais.

Como será?

Como será se você ficar desempregado?

Como será se você estiver triste?

Como será se você ficar doente?

Como será se você precisar de ajuda?

Como será se você precisar ser ouvido?

Como será quando você inexoravelmente envelhecer?

Como será?

E talvez os entraves da vida –

Permitidos por Deus –

Sejam apenas para mostrar

Quem pode até estar,

Mas nunca esteve de fato contigo.

Nossa jornada

Deus há de prover tudo que necessitamos durante nossa jornada. Só nos resta, portanto, apreciar e aprender pelos caminhos da vida.

Fazenda Nova Grécia – Raposo – Itaperuna/RJ

Vim trazer verdades 60

Quando sorrimos para Deus, Deus nos sorri de volta.

2023-01-10 – 17:25:00 GMT-3 – Niteroi/RJ – Brazil

Feliz Natal – 2022

Que neste Natal, nossos corações estejam bem abertos para sentirmos o que de fatos sentimos, de maneira que sejamos capazes de nos encontrar (de novo) com nós mesmos.

Que transbordemos nossos medos, nossas dúvidas, nossas tristezas, nossas verdades, nossas saudades, nossas felicidades e tudo mais que estiver preso em nossos peitos. E acima de tudo, que transbordemos muito amor e perdão, na certeza de que a busca incansável pela nossa integridade e reconciliação com Deus, nosso pai, é a nossa única possível salvação.

A quem eu machuquei, peço meu mais humilde e reverencial perdão. E se fui machucado, confesso que já não me lembro, pois o Cristo é o dono do meu coração.

“– Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.” – Antoine de Saint-Exupéry, no livro O Pequeno Príncipe

Um Feliz Natal para todos! Que Deus nos abençoe grandemente e que ilumine nossos caminhos hoje, agora e sempre. Amém!