Lugares frios também podem ser bem quentes.

Lugares frios também podem ser bem quentes.
Hoje é dia de beber tudo sem gelo, até porque está um frio danado em Niterói (sim, 16⁰ é o suficiente para aa pessoas congelaram por aqui).
E assim sendo, nada como ouvir uma musa nacional tocando com músicos do gabarito de Steve Lukather. Absurdo! As guitarras desta música são dele. On the Rocks está sendo sentida na pela hoje. 😉
Quando você está rodeado pela escuridão, até a mão estendida de quem te gosta é motivo de desconfiança.
Lavar louça é um vício. Lavei 2 pratos e meia dúzia de talheres e pensei: “Meu Deus! Nesse frio, como isso é prazeroso!” A minha ideia era ir de casa em casa na minha rua me oferecendo para lavar louça! Mas aí, lembrei da pandemia… Achei melhor só lavar a louça aqui de casa mesmo. Eu queria ajudar as pessoas, mas não vai dar… Sintam as suas louças lavadas! Lavem suas louças pensando em mim! 😁
Não te assustes, meu bem
Se um dia, ao acordares
Vires o meu lado em nossa cama
Frio e vazio
Fui-me
Precisei ir
Sem aviso formal
É fato
Mas vou-me por não me sentir útil
Vi minha vida por teu amor
Por nosso amor
Por nossos planos
Muitos, muitos anos
Ser rasgada a seco
Deixada ao vento
E com fome e frio
Perdida no tempo
Tudo feito e desfeito
Esforço impróprio
Vida pueril
Vida inútil
Mas declaro
Que fique claro
Que não sou algoz
E muito menos vítima
Mas eu sou fogo
Sou brasa
O combustível
O comburente
Sou a flecha
E o arqueiro
E não cigarro
Ou mero trago
Ou mesmo cinzas de qualquer cinzeiro
Aproveito a oportunidade
Para oferecer-te minhas sinceras desculpas
Não sei exatamente onde errei
Se foi por dar-me como me dei
Ou se foi por sonhar como sonhei
Fato é que agora sei
Que eram meus
E tão somente meus
Os nossos sonhos
E neles nos amávamos
E eu amava
Eu sempre amei
E na solidão agora desacompanhada
De minhas horas
Teu nome em minha memória
Saudade que condena e sufoca
Nevoeiro de lágrimas
Que derramam-se em um livro
De uma só página
Um resumo do nosso amor
“Acabou”
Era só fumaça
Mais nada.
Lista de doenças transmitidas pelo beijo:
1 – Saudade
Sim, é realmente grave
Dói e arde
Fim.
Esconde-me aí dentro
Está muito frio
Minha alma tão vazia
Há tempos que sequer sorrio
Esconde-me aí dentro
Não quero ser encontrado
Deixe-me sem pressa dormir
Em ti completamente enroscado
Esconde-me aí dentro
Proteja-me do que não sei
Sutura esses cortes profundos
De quando me autoflagelei
Esconde-me aí dentro
Como? Eu não sei
Só sei que dentro de ti
A paz eu encontrei.
– Pode encher, por favor… Do que estávamos falando mesmo?
Eu não queria falar ou ouvir mais nada. A bebida era a desculpa. Não queria ficar bêbado. Queria parecer bêbado. Era uma conversa para ser esquecida de tantas vezes que já havia se repetido.
Nada daquilo fazia sentido. A fumaça do cigarro da mesa ao lado me sufocava. O barulho dos carros ao longe. A cerveja nacional cheia de milho. Eu precisava de algum tipo de teletransporte. Precisava sumir.
– Você sempre sai pela tangente quando o assunto não agrada…
– Não é verdade e você sabe disso. Eu só estou de saco cheio de conversar sobre o mesmo assunto todas as vezes. Não dá, entende? Não dá! EU ESTOU DE SACO CHEIO!
O pessoal da mesa ao lado olhou em minha direção. Eles fumando e eu falando alto. Estávamos empatados.
– Quer saber? Vou embora. Lá em casa não tem fumaça, não tem barulho, e a cerveja é de melhor qualidade. Vai ficar?
Levantei-me e fui embora. Poucos metros adiante, pisei em um cocô de cachorro. Merda… Eu não aguento mais essa conversa sobre ter que comprar um cachorro. Cachorro é para quem tem casa! Não consigo imaginar um cachorro em um apartamento.
Na frente do meu prédio, três vira-latas dormindo. Qual a história desses carinhas, hein? Vivem como? Nasceram onde? Já tiveram casa? Estariam com fome ou com sede? Frio?
Puta que pariu… Peguei uma vasilha daquelas de sorvete com água e outra com ração. Por que eu tenho ração em casa? Minha filha me ensinou que já temos vários cachorros. Eles moram nas ruas. Para que eu preciso comprar um?
Ainda que me preocupe
Com seu bem estar geral
Não creio que ficar molhada
Cause-lhe algum mal…
Mesmo que esteja frio
Não é possível selar
A nascente desse rio
Nós dois sabemos bem disso.
Não fosse a quantidade de roupas
Que rasguei para despir-te
Eu juro que nem me lembraria
Do frio que lá fora acontecia
Da próxima vez
Um sobretudo sobre nada
Quem sabe?
Pois não quero causar-te
De maneira alguma
Grande prejuízo
Apenas rasgar, picotar e sublimar
O teu juízo.