Voo rente ao chão

É preciso ter força
E muita coragem
Para rebobinar o filme
Rever as cenas com precisão

É preciso desver
Para ver de novo
Para entender o sentido
E sentir os motivos, a razão

É preciso humildade
Para olhar nos olhos
Para deixar o coração dizer
Eu errei e pedir perdão

É preciso se fechar
Para poder se abrir
Ver as coisas como de fato são
Viver a intensidade da imensidão

É preciso precisar
Lutar para se encontrar
Ouvir a voz da alma
Recobrar a compreensão

Sem o que é preciso
Tudo é impreciso
Difícil e amargo
Asas cortadas e voo rente ao chão.

Imprevisível

“We don’t take a trip. A trip takes us.”

ou

“People don’t take trips. Trips take people.”

― John Steinbeck
Na nossa ânsia por previsibilidade e estabilidade, quase sempre nos esquecemos que não temos controle absoluto sobre nossas vidas. Nos programamos e tentamos fazer com que os próximos minutos, horas ou dias sejam de acordo com o que nós esperamos e queremos, mas isso é simplesmente impossível.
Haverá surpresas agradáveis e desagradáveis. Partidas e chegadas. Encontros e desencontros. Sins e nãos. Sorrisos e lágrimas, e assim por diante.
Que sejamos, então, humildes o suficiente para reconhecer que precisamos nos adaptar e aprender a viver todos os dias. É a vida que nos controla e não o contrário.
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