Algodão doce

Que me tirem tudo

Menos o meu direito de sonhar

Momentos melhores virão

E sonhos não serão mais sonhos

E eu os poderei tocar

 

Eu faço questão de muito

Mas meu muito é imaterial

E ainda assim é intenso, extenso

É de tirar o fôlego

É de me mostrar que sou mortal

 

E assim, eu erro acertando

E acertando, também por vezes erro

É que o sonho, sempre presente

Nunca, jamais ausente

Eu copiosamente venero

 

E se tropeço e caio

Se sou ferido por espinhos

Levanto-me sujo de sangue

Disfarço e sigo adiante

Meu expurgo faz parte do meu caminho

 

Só peço humildemente a Deus

Que esses sonhos me trouxe

Que alegre meu coração amuado

Pois eu sei que lá, quando eu chegar

Todas as nuvens serão de algodão doce.

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Sancho Pança

Andando pelas brumas da minha alma

Gostei muito do que vi:

Quixotesco

Cavaleiro

Andante e errante

Mas sempre cavaleiro

 

Confrontei gigantes

Exércitos alucinantes

Libertei escravos

E me tornei um herói

Ainda que desconhecido

Mas nunca imaginário

Daqueles que maturam

E que o tempo não corrói

 

Dulcinéia del Toboso?

Nunca ouvi falar!

Meu mundo é real

Mas minha busca imaterial

E nas brumas da minha alma

Uma dama caminha

Não sei seu nome

Só sei que ela é minha…

Quixotescamente minha.

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