Absortos ou loucos

Já não há mais dúvida

E tenho medo da certeza:

Não quero só tua beleza

Quero-te toda, na cama e no chão

Se nem eu mesmo sei explicar

Como podes insinuar

Que na complexidade do meu pensar

Não sei o que de fato sinto?

Rasgas meu coração quando duvidas

Do que é tão óbvio e certeiro

O que tenho de mais verdadeiro

E que carrego sempre comigo

Escarras no nosso amor

Como se este fosse uma calçada qualquer

Somos homem e mulher – sabes disso!

E é prudente que nenhum de nós se pise

Impávido e colossal amor

Incêndio que nunca se extingue

Que o destino de nós não se vingue

Por sermos tão absortos… Ou loucos.

loucura

Meu Corvo

Na medida em que a noite passava

Em penúria absoluta de repouso

E que em posição fetal

Meu corpo se confortava

Uma anjo de carne e osso

Tomou-me em seus braços

E despertou-me de mim

Em seus beijos e abraços

 

E diante deste alvoroço

Meu corpo e alma acalmaram-se

Após um dia para lá de insosso

Impávido levantou-se, então

O adormecido colosso

E hasteou sua bandeira

Lembrando-me:

Também ser de carne e osso

 

E desde então

As noites não são mais

Um agonizante estorvo

E você, meu angelical corvo

Resgatou-me do mundo dos mortos

Onde havia pilhas e mais pilhas

De putrefatos corpos

Que morreram na espera

De um anjo redentor

Morreram, de fato

Esperando…..

Esperando……….

Esperando…………….

Por amor.

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