Lugares frios também podem ser bem quentes.

Lugares frios também podem ser bem quentes.
Nossas taças de vinho
No frio do inverno,
Nossos corpos nus queimando
Feito mil sóis no verão.
O beijo na boca,
A prisão entre as coxas,
O ritmado ir e vir,
O descompassar do coração.
Lençóis ensopados,
Desejos e impropérios,
Lascívia escancarada,
Peças de roupa pelo chão.
A tontura repetida do gozo,
A entrega sem mistérios,
A respiração ofegante,
Nossos fluidos em ebulição.
Se foi esse o dia mais frio do inverno,
Me diga,
Como sobreviveremos ao verão?
Hoje, reparei nas nuvens
Há tempos não fazia isso
Céu azul de inverno
Nuvens como se fossem de algodão
Sendo levadas pelo vento
Deixou-me curioso a sua leveza
Enquanto nuvem, à mercê do vento
Indo como se soubesse a direção
Ignorando sua própria existência
Seu motivo e razão
Nuvens claras nos dias de sol
Escuras nos dias de chuva
Livres
Felizes
Indo para não se sabe onde
E pensei que eu também gostaria de ser nuvem
Eu queria ir…
Ir…
Mundo afora, sem porque ou motivação
Descobrir aonde o vento faz a curva
E ser insubstancial, nada urgente
No inverno e também no verão
Mas há quem nasça para ser nuvem
E há quem nasça para ser vento
Eu sou vento!
Da brisa suave
Até qualquer grande tormenta
Eu carrego
Eu levo
Eu movo e removo
Eu faço o que tiver que ser feito
Eu simplesmente não me contento.
No Rio de Janeiro, só há duas estações no ano:
Como não dá para sair correndo pelado por aqui no inferno (nem seria aconselhável, sob risco de multa por poluição visual em alguns casos), gastamos uma fortuna de ar-condicionado. Não satisfeitos, depois gastamos fortunas tratando alergias por conta dos casacos mofados que passamos a usar quando a temperatura polar chega, que como todos sabem, é algo em torno de 20 graus Celsius.
Enfim… Cada povo tem as estações que merece, e o cheiro dos transportes coletivos não fica nada agradável durante o inferno.
Quer vir ao Rio de Janeiro? Venha de férias, se hospede em um hotel, e curta sua praia… No dia-a-dia, duvido que seja melhor do que qualquer lugar ruim para se viver. A “Cidade Maravilhosa” já perdeu quase todos seus encantos. O que ficou mesmo foi o pranto.
Faça lua ou faça sol
Faça inverno ou verão
Por azar ou por sorte
Na luz ou na escuridão
Ela está lá…
Do amor, litisconsorte
Ouças-me bem, saudade:
Uma hora dessas
Estrangulo-te até a morte!