Não sou ponto de partida
Não sou ponto de chegada
Eu sou a jornada
Sou a reticência
O et cetera
Id est
A presença
A saudade
O sonho
A realidade
O brilho
A certeza
O finalmente!
O ufa!
O até que enfim
O para sempre
O até o fim.
Não sou ponto de partida
Não sou ponto de chegada
Eu sou a jornada
Sou a reticência
O et cetera
Id est
A presença
A saudade
O sonho
A realidade
O brilho
A certeza
O finalmente!
O ufa!
O até que enfim
O para sempre
O até o fim.
Já dissemos tudo
Já dissemos nada
Já planejamos tudo
Já planejamos nada
E nossa roda gigante
Com aclives e declives
Dignos de um conto de fadas
Navegamos por risos e lágrimas
Nunca dantes defloradas
E entre ervas daninhas
Monstros e espinhos
Nos perdemos no caminho
Mas insistimos nesta telúrica
E epopéica jornada
Dissemos não para o sim
E sim para o não
Acorrentados pelos grilhões amor
Quer seja no prazer ou na dor
Edificamos nossas próprias prisões
Cativos de nossos próprios corações
Somos os sobreviventes
Crentes e carentes
Desse nosso mundo real
Em nada imaginário
Que a felicidade nos alcance
Que tudo seja vida post mortem
E que o medo seja esperança
Que sobre em nós a alegria das crianças
Quer seja nas madrugadas fogosas
Ou em para lá de inesquecíveis prosas
Nosso amor é assim:
Nunca talvez!
Há dias que não
Há dias que sim.
A verdade é que te pedi uma carona
E esqueci de perguntar para onde ias
E agora que aqui estamos
Perguntas para mim
Para onde é que nós vamos?
Não sabemos nem onde estamos!
E esse “nós” veio de onde?
Estavas mal intencionada
Permita-me dar uma gargalhada!
Não é mais fácil assumir
Do que simplesmente fingir
Que nos perdemos na estrada?
Sim, melhor darmos uma parada…
De agora em diante, eu dirijo
E desde logo já aviso:
Já que nos falta rumo e juízo
Será infinita essa jornada.