Havia tantas histórias, Tantas memórias, E tudo o que eu mais tentava esquecer Era justamente tudo que me fazia lembrar.
Aprendi que tentar esquecer É o mesmo que reconhecer Que algo é inesquecível.
Desisti.
Vez ou outra, As lembranças ainda me chegam Feito ondas do mar, Que me molham da cabeça aos pés. Vejo-me em mergulhos profundos no que já fui, Mas que a vida disse para eu não mais ser.
Talvez um dia o mar seque. Talvez um dia tudo seque. Já lamentei tudo isso, Mas talvez tenha que ser assim: Um deserto de sal, Com toneladas e toneladas de sal despejadas Por mãos que nunca pertenceram a mim.
Há dias a minha frente Há dias fantásticos as minhas costas E no hoje, no amanhã e no ontem Há invariavelmente você.
Ainda não consigo acreditar nas pessoas Os “eu gosto de você” e até mesmo os “eu te amo” Me assustam de uma forma que não sei explicar Eu tenho medo, muito, muito medo.
Tenho preferido ficar só Porque sozinho só há eu mesmo para me ferir Nenhuma esperança, nenhuma expectativa Vazios enormes que não pretendo preencher.
Passei a acreditar que só se vive um grande amor Um único, um eterno amor que ama amar Que ama tudo que com este amor veio E que não sabe para onde ir quando este amor se vai.
Amo ver casais se amando no restaurantes e bares Ou em uma simples caminhada na praia Porque eu já senti, me pareci e vivi como eles Hoje, não mais, não mais. Infelizmente.
Talvez eu me torne um conselheiro amoroso Para que outros vivam o que eu já vivi Foi tudo, a melhor parte da minha vida E por isso agradeço a Deus todos os dias.
Neste sentido, minha vida faz todo o sentido Porque sou testemunha do que o amor pode causar Saudade profunda da mais simples rotina Até da chama que queimava dentro de meu peito.
Talvez hoje eu não durma só (não é uma afirmação) Mas eu sei que continuo sozinho Eu te vejo e te sinto em outras bocas e outros corpos E tenho nojo de mim quando me flagro fazendo isso.
Este texto é despretensioso, porém sincero Para falar de mim e não mais de nós Amo as lembrancas que de você eu tenho Eu já fui feliz, muito, muito, muito, muito feliz, feliz demais.
A verdade é um remédio difícil de engolir, mas é um remédio necessário.
Parecia-me óbvio que a verdade seria capaz de alterar o meu futuro, mas acabei me dando conta de que a verdade também é capaz de alterar o meu passado. Minhas lembranças e minhas recordações mudaram na medida em que a verdade me visitou. Detalhe: ela veio de mala e cuia.
Revi cenas. Revivi momentos. E fui do amor ao ódio, e depois do ódio ao nada. Absolutamente nada. Nada. Nenhum receio ou porém.
Mas ainda assim, tudo que vivi permanece bom e útil de alguma forma. Aquele perfume continua sendo bom. O tesão, a paixão e a putaria também. Idem para os assuntos, os papos, as ideias, os planos, as comidas, as bebidas, as músicas e os dias. Viver o presente sem nada por entender, resolver ou esquecer é uma desintoxicante profilaxia.
A vida é boa. Vida que segue e está tudo bem. Que eu encontre por aí muitas outras doses desse remédio. Já não temo mais nada. Absolutamente nada. Nada. Nenhum receio ou porém.
Lembra daqueles sonhos? Sim! Esses mesmos que você guarda aí dentro faz um tempão…
O que você fez ontem para transformar os seu sonhos em realidade? O que fará hoje? E amanhã?
Não fique apenas nos sonhos! Faça acontecer. Lute para que sua vida não seja apenas um conjunto de lembranças do que poderia ter sido. Até porque não serão só lembranças… Serão lembranças permeadas de amargura.
O dia é hoje! Não perca mais tempo! Siga seus sonhos! E que os problemas do dia-a-dia, do cotidiano, não sirvam como desculpa para que você não viva sua vida em toda sua plenitude.