Lentamente…

Lentamente…

 

Arrasto-me

Afasto-me

Parece que não saio do lugar

Mas não

De fato estou a me movimentar

É que te acostumaste a me ver parado

Incondicionalmente a teu lado

Mas eu sou brilho

Luz e movimento

Preciso de motivos para ficar

 

Lentamente…

O sol ruma ao poente

Para não mais te iluminar.

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Poliglotismo

Nem de longe

E muito menos de perto

Digo as palavras certas

E isso não quer dizer

Que eu não sinta ou esteja certo

 

Eu até conheço algumas palavras –

Não todas, obviamente –

Mas o problema não sou eu…

Meu coração fala uma língua que é só dele

E só quem o entende é o teu

 

Portanto, não me escutes com teus ouvidos

É prudente usarmos apenas o coração

Para que tudo adquira inequívoco motivo

E que guardemos os nossos cinco sentidos

Para nossas noites de amor e inclemente paixão.

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Descartando Descartes

O que fazer com o que não se entende?

Paciência dizem uns

Sabedoria dizem outros

Terapia dizem alguns

Bebida dizem quase todos!

O que eu digo?

Não aceito e duvido!

 

 

Eu sei dos meus motivos!

A grande verdade

É que minha mente cartesiana

Se nega a entender

Conjunturas e fatos são irrelevantes

Quando é o coração que está a doer.

 

Sangra, pobre coitado!

Ainda que com a carcaça lançada aos abutres

A alma facciosa não desapega-se de sua cruz.

dor de amor