Eu sou o medo

Não tenho medo

Confesso, já tive

Mas o resto de mim que ainda vive

É puro sossego

 

Não tenho medo

Depois que o vi de perto

Acolhendo-me de braços abertos

Revelando meus segredos

 

Não tenho medo

Não preciso mais dele

Pois nada que o futuro desvele

Destruirá meu vinhedo

 

Não tenho medo

 

Não mais

 

Hoje, eu sou o medo

Trago para tua vida

Um não linear enredo

Convém não refugar

Melhor logo aceitar:

Usa em teu favor

Todos os teus medos.

2016-sem-medo