As nuvens – Antes cinzentas – Assopram-me em direção ao sol.
Justo o sol, Que sempre lá esteve. Justo o sol, Que das nuvens independe.
Mas eis que voar por entre As nuvens densas e cinzentas, Fez-me valorizar ainda mais o sol, Que me aquece, Que me remexe, E minha pele aquece, E faz bater meu coração.
Queria eu ter entendido antes, Que as nuvens então cinzentas, Eram catalisadoras da minha ascenção.
(querendo eu ou não)
Pelas nuvens cinzentas eu ascendi, E o sol tudo em mim acendeu.
Você me deixou sem chão. Não entendi o que aconteceu. Acho que ainda não entendo. Desisti de entender.
Fiquei esperando uma explicação que nunca veio. No fundo, bem no fundo mesmo, eu tinha a esperança de que algo mudasse, de que algo acontecesse. Nada mudou. Nada aconteceu. A esperança morreu, caducou.
Você me deixou sem chão e durante muitos dias eu tive a sensação de que estava caindo, caindo, e caindo… Até que me dei conta de que mesmo sem chão, mesmo caindo, ainda havia o céu, e em um sopro de lucidez, decidi que faria do céu o meu chão.
Para minha surpresa, parei de cair. Comecei a flutuar nas nuvens das possibilidades, do infinito. O sol lambeu meu rosto e secou minhas lágrimas. Abri o sorriso imenso que trago comigo desde menino. Senti o vento tocando os meus cabelos (o mesmo vento que toca os seus cabelos), e disse um último adeus para a vida e para a realidade que não são mais minhas.
Você me deixou sem chão e com isso eu aprendi a olhar para o céu e a sentir o céu em minha vida. Experimente! É uma sensação incrível!
Obrigado por tudo. Pelo bom e pelo ruim. Vou cuidar da minha vida e flutuar por aí. Adeus.