Não sou ponto de partida
Não sou ponto de chegada
Eu sou a jornada
Sou a reticência
O et cetera
Id est
A presença
A saudade
O sonho
A realidade
O brilho
A certeza
O finalmente!
O ufa!
O até que enfim
O para sempre
O até o fim.
Não sou ponto de partida
Não sou ponto de chegada
Eu sou a jornada
Sou a reticência
O et cetera
Id est
A presença
A saudade
O sonho
A realidade
O brilho
A certeza
O finalmente!
O ufa!
O até que enfim
O para sempre
O até o fim.
Montanha russa não é o que vivemos
É o que deixamos de viver em função
De uma ordem que não existe
Montanha russa é dizer não
Quando deveria se dizer o sim
E não se diz por medo, por capricho
Montanha russa não é tentar racionalizar
O que não pode e não precisa
De maneira alguma ser explicado
Montanha russa é o que não foi sentido
O que foi propositalmente ignorado
Para manter o status quo
Montanha russa é sermos os mesmos
Ainda que a vida insista em nos mostrar
Que há muito mais para ser vivido
Montanha russa é morrer sem ter experimentado
A felicidade da chegada, a dor da partida
Sorrisos e lágrimas que não acabam
Montanha russa é achar que há controle
Quando justamente a falta de controle
É o que cria a descarga de adrenalina
Montanha russa não é para ser
A exceção, o diferente
É para ser o que ainda não há
Montanha russa não é a fraqueza
De permanecer imóvel
Enquanto a vida insiste em nos chacoalhar
Montanha russa não somos você e eu
É de fato nós com outros
É a vida como está
Convém verificar se
A montanha russa em que vivemos
Não está desativada há tempos.
E eu que nem gostava de me exercitar
Descobri que a linha de chegada
Era a a minha linha de partida
Corri para lá
Cheguei, mas…
Não posso parar
Quero que seja sempre assim:
Que você seja sempre a minha chegada
Que eu esteja sempre nessa corrida
Mais uma rápida partida?