Nunca fugi de ti
Sempre fugi de mim
Em teus braços
Descobri-me
Vi-me
Pela primeira vez
E o eu que existia
Destronou-se de mim
Percebi com clareza
O quanto eu era “meio”:
Meio feliz
Meio realizado
Meio completo
Meio inteiro
Meio vivo
Eu era só metade
Metade de mim
Não aceito!
Não quero mais ser meio
Quero ser inteiro
Viver intensamente
Ser potencialmente
Tudo que de fato sou
Tudo que jazia absorto
Talvez morto
Dentro de mim
Processo irreversível
Ainda mais agora que sei
Que somente juntos
Tu e eu somos infinitos
Nas risadas
Nas lágrimas
Nos pensamentos
Nos carinhos
Nos gemidos e gritos
Somos o nexo causal
De vidas plenas
Destino presente
Transparente
Certo
E para deixar claro
Em fugir
Já nem penso mais
Pois já não há mais paz
Em fugas e atalhos
Que me levem
Para longe de ti
Em teus braços
Encontrei o aqui
O agora
Só te peço que sem demora
Permita-me ser inteiro
Teu inteiro
Permita que sejamos
O tu e eu verdadeiros
Por fim e sem fim
Derradeiro.