Não, obrigado! Sim, por favor!

A gente não procura

Mas ainda assim acha

E quando acha

Quer escapar

Tenta escapar

Até que chega ao ponto

De fingir

Que quer escapar

E acaba por se entregar

Como se não houvesse amanhã

(sempre há!)

 

E reclama!

Se culpa!

Fala que foi só um tropeço

Que nunca mais se repetirá

Mas a imagem está clara

O cheiro

O gosto

A quentura

O desejo

Tudo leva de volta para lá

 

E finalmente percebe

Com o passar dos dias –

Quanta agonia! –

Aos trancos e barrancos

No riso e no pranto

Que não dá para largar de vez

O café

 

E quando não é o café

É o amor

Que sem licença chega

E diz que é.

6199-Um-café-e-um..--A-Frase--

Eu vigorosamente te amo

Que teu pranto

Seja meu pranto

Tua aflição

Minha aflição

Tua angústia

Minha angústia

Teu medo

Meu medo

Tua culpa

Minha culpa

 

Minha fé

Tua fé

Minha certeza

Tua certeza

Meu sorriso

Teu sorriso

Minha vitória

Tua vitória

Minha vida

Tua vida

 

Nada além disso

 

Eu vigorosamente te amo.

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Incrustrado na memória

E eu escrevo

Escrevo

Escrevo

Escrevo

Escrevo

Não paro

 

De fato, não consigo

Não é que eu queira

O poema é meu amigo

Serve-me como alívio e castigo

 

É que dentro de mim cresce tanto

No riso e no pranto

Na alegria e no desencanto

Que eu simplesmente preciso

Para continuar vivo

De alguém ou algo que me escute

Que simplesmente me escute

Sem entender ou perguntar os motivos

 

É tudo, é muito

Está nos cheiros

Nos gostos

Nas coisas mais comuns

Nas mais complexas

Quem dera os motivos fossem

Apenas alguns

Mas são infinitos

Aflitos

Desde os mais vulgares

Aos mais eruditos

 

Não se trata só do que aconteceu

É o agora e o futuro

É o que não vivemos

O que não temos

O que fingimos que não temos

É o que sonhamos

É o que queremos

 

Lembro-me não só do que fizemos

Mas do que não fizemos também

E as lembranças que não ocorreram –

Que existem, porém –

São o cerne dos nossos assuntos

É que mesmo quando estamos distantes

De fato estamos estamos

Sempre

Realmente juntos

 

Será possível escrever nossa história

Em 211 poemas ou 711 prosas?

Não foram só doces momentos

Há todo tipo de sentimento

E sinto-te aqui, agora

É assim todo o tempo, ora!

E em nossas risadas

Para lá de animadas

Sequer diferencio

O futuro de outrora!

 

Não há folhas suficientes para isso

Não é possível tudo isso escrever

Ainda estou na superfície

De tudo que fomos, somos e podemos ser

 

Não vou nem tentar, então

Que seja um livro aberto

Páginas desordenadas

Rabiscadas

E em branco

Que não saem da memória

 

Idéias soltas

Idéia fixa

Feitiço

Duelo

Outono

Silêncio

Ato

Intensidade

Realidade nossa

Fica comigo

Tua

Confissão

Brinde

 

Sim… Tudo isso tem nexo

E nós sabemos disso.

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Definição

Que seja doce encanto

Nunca

Motivo para pranto

E se for

Chegou a hora

Que vá-se embora

Se momentos felizes

Forem a exceção

Esbaldar-se na tristeza

É negar a real necessidade

De dizer um derradeiro

Um definitivo

Um disruptivo

Não.

confuso