Cada coisa a seu tempo
Nas caminhadas
Ar em movimento
Um sorriso matreiro
Que fareja o melhor momento
Feito cão de caça
Olhos fixos na presa
Que refuga, disfarça
Enquanto ajeita seus cabelos
Égua da mais pura raça
E no esbarrão criminoso
Mãos que agarram pela cintura
E em tom vulgarmente jocoso
Trocam palavras absurdas
Com conteúdo para lá de apetitoso
E enquanto escondem o que sentem
Acreditam em quase tudo
Que suas bocas propositalmente mentem
Querem apenas gastar o tempo
Para fazerem o que quer que pensem
E somem pela madrugada
Vagando pelo mundo cinzento
Silhuetas que aos outros não dizem nada
Mas que sabem da noite que os espera:
Suntuosa, impetuosa e depravada.