Era só uma menina
Puta!
Foi a cocaína
E ainda assim
Era só uma menina.
Era só uma menina
Puta!
Foi a cocaína
E ainda assim
Era só uma menina.
Bela justificativa!
A culpa é sempre dela
Da maldita bebida
Para tudo que você fez
Para tudo que deixou de fazer
Para a total perdição
Para tudo que você finge esquecer
Parece-me, então
Que seria apropriado
Fazer do álcool algo diário
Um hábito salutar para a mente
Que mesmo sabendo da verdade
Para si mesma mente
Costumazmente
Costumaz mente
Como mente
Comi você
Estão aí as evidências
Nada disso se apagou:
As manchas no seu vestido
As marcas no teu corpo
O cheiro de quem aproveitou
Gota por gota
Lábio por lábio
Lambida por lambida
Gemidos de deixar rouca
A quem se deixou chamar
Por horas a fio
De puta
Safada
Mulher vulgar
A culpa foi minha
Mais fácil assim?
Eu pedi colo, confesso
E você prontamente me deu
O colo do seu útero
Onde não descansei
Onde apenas despejei
Todas as vezes que você quis
Tudo aquilo que você merece
Vai lá…
Tenta de novo…
Bebe…
Volta aqui…
Usa e abusa
Goza aos montes de verdade
E depois finge que esquece.
Quando se tocam
Já não são mais um
Já não sabem quem são
São um único corpo
E um único coração
Que pulsa
Que contrai-se
Contorce-se
Ao som da TV
Que não se sabe
Porque está ligada
Não é fuga
Da realidade
É realidade
Nua e crua
É verdade
Ele e ela
Sombras nuas
E em cada toque
A sedução
Se seduz
Se entrega
E o puro prazer
Alcança:
Há esperança
Há ritmo
Há dança
Entre gemidos e sussuros
O travesseiro esconde
O rosto
Que desfigura-se
De prazer
E com a cama inundada
Vão de puta a fada
De cavalheiro a canalha
Tudo em busca
Do prazer
Da paixão
Do amor
Do ser
Da felicidade
Do viver
E oferecem-se
Querem mais!
Querem sentir nos ouvidos
As sacanagens que irão
Fazer
Ter
Ser
Beber
Sorver
Cada gota
Feito loucos
Extravagâncias que poucos
Conhecem ou irão
Conhecer
Tem cheiro do quê?
Vinho, queijo
Fluidos
Sexo
Sexo
Sexo
Tem nexo
É o mais puro reflexo
Do que são
Do que plantaram
Do que um dia
Colherão
E tudo isso se baseia
No respeito
No amor
Não faz sentido
Se assim não for
Não se consegue com outros
Só se forem os dois
Pelos dois
Feito em um
Juntos
E 110% unidos
Bombardeiam-se
Os sentidos
O gozo tonteia
Desnorteia
Pausa…
Deixam o fôlego renascer!
E depois disso
Nada foi ou jamais será
Como antes
Quem com o prazer
Consegue juntar o amor
Fica imortal
Não sente dor
Viciado
E como faz bem esse
Vício!
Não é sacrifício:
É amor!
Entendam…
Aceitem, por favor!
E mesmo sendo carnal
É espiritual
São almas que se acodem
E o eterno amor elas descobrem
Não se separam
Não há como
Nem mesmo durante o sono…
Que sono?
São a soma de tudo
Ao ponto de se tornar nulo
O direito de adormecer
Sim…
E ainda que o tempo se vá
O que foi para sempre será
Gravado por dentro
Não é tormento
É alento
Não é areia
Para ser levada pelo
Vento
É amor
É para agora
Para ontem
Hoje
Amanhã
Todo momento
Nos amamos
Confesso-te
Confessa-me
Do que somos
Nós dois precisamos
Esse fluido vital
Nos faz vivos
Precisamos e merecemos
Viver.