Missa pre mortis

Anota, grava

Com tinta que não se apaga

Escreva você mesma

Para que reconheça a caligrafia

 

De pé em sua cova rasa

A paz do dia-a-dia dia após dia

Os sinos ressoam ao longe

Requiem da sua nababesca hipocrisia

 

Anota, grava

Quem sabe lerá um dia?

Analfabetismo sentimental é grave

E não se cura com música ou poesia.

Autofagia temporal

Tic… Tac…
Tic… Tac…
Tic… Tac…
Tic… Tac…

relogio-11

Transformei a insanidade

O “tic”, o “tac”

Em trilha sonora

Que diminui e embala o tempo

Antes de voltarmos a ser

Nós dois

E depois do reencontro, FRACASSO!

Não consigo parar o relógio

O “tic”, o “tac”

Transformam a trilha sonora

Em marcha fúnebre com andamento larghissimo

Em réquiem quase eterno

Em contagem regressiva opressiva

Até deixarmos de ser

Novamente

Nós dois

relogio-11

Tic… Tac…
Tic… Tac…
Tic… Tac…
Tic… Tac…

Lá vamos nós dois de novo…

MALDITO TEMPO!