Romantismo pesado com Yngwie Malmsteen

Seis músicas lindíssimas do guitarrista sueco Yngwie Malmsteen. Mistura de rock pesado com música clássica = música perfeita. 🙂

P.S.: Post requentado de 2015, até porque vários links para o YouTube pararam de funcionar. As músicas continuam absolutamente fantásticas. 😉

Bon Jovi – Sim, eu gosto!

Todo mundo pensa que quem gosta de som mais pesado não pode curtir algo mais romântico ou brega (como preferirem). Lamento… Não é verdade. 🙂

Apenas para o blog ficar mais light, aí vão duas das minhas favoritas. Falar de política o tempo todo não dá, ainda mais no Brasil!

Divirtam-se!

 

Romantismo para os homens

Nenhum homem deixa de ser romântico da noite para o dia. A porta do carro sendo aberta, o descer na frente e o subir atrás em um lance de escada, o posicionar a cadeira para a dama se sentar, as flores, os cartões, os jantares, e as surpresas de todos os tipos fazem parte do romantismo.

Se o seu homem romântico se transformar em um ogro, tenho certeza de que o caminho mais fácil será culpá-lo. “Ele não me ama mais…” ou “Ele tem outra…” costumam ser as “justificativas” mais comuns. Entretanto, peço apenas que reflita sobre o assunto. “Da noite para o dia” na mente feminina pode se traduzir em meses ou até em anos. Ou pode ser um acontecimento estanque, único, que simplesmente inibiu suas atitudes românticas. “Nossa! Como ele está mudado…“, sendo que ele pode estar simplesmente se sentindo desprezado, ignorado. Homens românticos são sensíveis! É bom que isso esteja claro.

Nem de longe estou defendendo os homens em geral. A grande maioria realmente é formada por ogros. É um fato. São românticos até conseguirem o que querem. Entretanto, se você quer um homem romântico de verdade em sua vida, permita que ele exerça seu romantismo, pois românticos de verdade são incuráveis, e procuram mulheres que apreciam este dom.

Há outra opção, claro. Você pode sair por aí dizendo que todos os homens são iguais e que este, como todos os outros, só queria sexo. “Foi romântico até a conquista” costuma ser bem aceito nas rodas femininas. Nenhuma amiga sua vai discordar. Apenas entenda que estes não são românticos de verdade. Apenas isso. São conquistadores baratos.

P.S.: Homens, não usem como desculpa para não serem românticos uma eventual falta de dinheiro ou tempo. Uma guardanapo é o suficiente para que se demonstre algum nível de romantismo. E por mais que as mulheres jurem que isso é cafona ou demodé, no fundo elas esperam sempre que seus homens sejam príncipes encantados. Guardem as sua “ogrices” para momentos adequados.

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As Dores do Sono ou The Pains of Sleep

“Long story short”, há uma música do Iron Maiden, do álbum Powerslave, chamada “The Rime of The Ancient Mariner”, que faz 2 citações a um poema homônio escrito por Samuel Taylor Coleriedge, até então apenas um desconhecido por mim.

Como a curiosidade é meu forte, resolvi saber mais sobre esse “doido”. E esse “doido” era nada mais nada menos que um dos mais importantes escritores da literatura romântica inglesa, sendo considerado por muitos o seu “pai”, digamos assim.

E então, saí fuçando suas obras. Como o inglês utilizado é bem complexo, formal e de época, entender as obras dele foi trabalho pesado. Fui lendo, aprendendo, e indo em frente, cada vez mais impressionado com sua maneira de escrever e a beleza de seus textos.

Um belo dia, na sala de espera de um consultório médico, me deparo com uma “tradução”, ou melhor, uma adaptação livre de uma das poesias de STC para o português! E onde estava essa adaptação? Em uma revista “Caras”! Não sei quem é o autor, mas não só capturou a espinha dorsal do poema, como também o fez ficar lindíssimo em português, algo dificílimo em uma tradução.

Então, sem mais delongas, a versão dele em português, seguida da versão em inglês. No final, vou deixar alguns links para os mais curiosos, incluindo um link para a música do Iron Maiden.

UP THE IRONS! (para não perder o costume)

As Dores do Sono

Antes de no meu leito repousar,
Não tem sido meu hábito rezar
Movendo os lábios em genuflexão;
Mas em silêncio, sem afobação,
Disponho o espírito ao Amor aberto,
Na humilde fé as pálpebras aperto,
E com reverencial resignação
Nenhum desejo ou pensamento expresso –
Somente um senso de suplicação;
E, apesar das fraquezas que confesso,
N’alma um senso de benção fica impresso,
Pois sinto dentro, em volta, em tudo mais,
Saber e Força que são eternais.

Ontem à noite, entanto, rezei alto
Com angústia e agonia – uma tortura! –
Sob as formas e idéias em assalto
De multidão diabólica e perjura:
Lúrida luz, tirânica coorte,
Senso de culpa sem qualquer suporte,
E só o que desprezo, sempre forte!
Quer vingança a vontade ineficaz,
Ainda frustrada, ainda a arder sem paz!
Às repulsas misturam-se os anseios,
Fixados em objetos rudes, feios!
Fantásticas paixões! Louco furor!
Tudo no opróbrio, tudo no terror!
Expunha ações que eu ocultar devia,
Sem distinguir sequer, de tão confuso,
Se era eu que as praticava ou as sofria,
Pois tudo era remorso, dor, abuso;
E, meus ou de outros, eis na mesma lida
O pejo que à alma afoga, o horror que afoga a vida.

E assim duas noites: e a melancolia
Com seu torpor contaminava o dia.
O sono, larga benção, era então
A desgraça pior da disfunção.
Dei, na terceira noite, horrendo grito
Que me acordou desse íncubo maldito,
E, em estranha e cruel desesperança,
Chorei como se fosse uma criança;
E tendo assim com pranto conduzido
A minha angústia a um grau menos dorido –
Tal castigo – disse eu – fora adequado
A uma alma mais manchada de pecado,
Que turbilhona sem cessar o centro
Do inferno imensurável que tem dentro;
Que, ao contemplar o horror das ações más,
Sabe e abomina, mas deseja e faz!
Essas dores convêm a uma alma assim;
Mas por que, mas por que caem sobre mim?
Ser amado é-me a só necessidade,
E quem eu amo, eu amo de verdade.

The Pains of Sleep

Ere on my bed my limbs I lay,
It hath not been my use to pray
With moving lips or bended knees;
But silently, by slow degrees,
My spirit I to Love compose,
In humble trust mine eye-lids close,
With reverential resignation,
No wish conceived, no thought exprest,
Only a sense of supplication;
A sense o’er all my soul imprest
That I am weak, yet not unblest,
Since in me, round me, every where
Eternal Strength and Wisdom are.

But yester-night I prayed aloud
In anguish and in agony,
Up-starting from the fiendish crowd
Of shapes and thoughts that tortured me:
A lurid light, a trampling throng,
Sense of intolerable wrong,
And whom I scorned, those only strong!
Thirst of revenge, the powerless will
Still baffled, and yet burning still!
Desire with loathing strangely mixed
On wild or hateful objects fixed.
Fantastic passions! maddening brawl!
And shame and terror over all!
Deeds to be hid which were not hid,
Which all confused I could not know
Whether I suffered, or I did:
For all seemed guilt, remorse or woe,
My own or others still the same
Life-stifling fear, soul-stifling shame.

So two nights passed: the night’s dismay
Saddened and stunned the coming day.
Sleep, the wide blessing, seemed to me
Distemper’s worst calamity.
The third night, when my own loud scream
Had waked me from the fiendish dream,
O’ercome with sufferings strange and wild,
I wept as I had been a child;
And having thus by tears subdued
My anguish to a milder mood,
Such punishments, I said, were due
To natures deepliest stained with sin,–
For aye entempesting anew
The unfathomable hell within,
The horror of their deeds to view,
To know and loathe, yet wish and do!
Such griefs with such men well agree,
But wherefore, wherefore fall on me?
To be beloved is all I need,
And whom I love, I love indeed.

Links interessantes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Rime_of_the_Ancient_Mariner
https://pt.wikipedia.org/wiki/Samuel_Taylor_Coleridge

As citações do poema de STC são de 2:32 até 2:50, e de 5:52 até 6:23.