Nesse momento, não preciso de metáforas, metonímias, catacreses, perífrases… Quero abundantes hipérboles, pleonasmos e anáforas. Quero que as palavras rasguem meu corpo feito navalhas. Quero que jorrem sangrentas obviedades. Quero purgar a realidade. Quero olhar nos olhos da verdade.
Diga-me! Não importa se nascerão deuses ou demônios! Diga-me!
E ainda que eu vire pó, do pó ascenderei ao céu
Não sei se como vítima, juiz ou réu
Meu coração não sabe ficar ao léo
Diga-me! Antes que uma surdez catastrófica me reclame!
Diga-me! Não espere que eu clame! Diga-me!
Ou não diga… E não direi também.