Pinga fogo

Na poesia que ora escrevo,
Há o peso de teus fluidos
Nas pontas dos meus dedos.

Descrevo-te,
Escrevo-te
Em palavras,
Que pingam
De mim.

Pinga fogo!
Pinga!

Inundo-te!

Fecundo-te!

És a fêmea…
E que fêmea!

O que de nós
Há de vir?

Porquês e poréns

Nada de azar
Nade de sorte

Colheita

Para uns
Beijos da vida
Para outros
Abraços da morte

A semeadura
Nunca abandona
Ou se esquece
De ninguém

E no tempo certo
Todo jardineiro
Que teve tempo
Mais do que suficiente
Para debulhar
Suas sementes
Receberá a sua paga
E vai chama-la de destino
Sem entender seus porquês
E menos ainda os seus poréns.

Semeando…

E de repente

Sem querer se sente

Que só há espaço na mente

Para qualquer dia quente

Onde haja somente

Você e eu

 

E que isso não fique para semente

Mesmo nesse mundo discrente

O amor não está ausente!

Há felicidade dormente

Futuro, passado, presente

Você e eu.

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