Há inocência nas palavras do poeta. Há projeções. Há idealizações. Há fantasias. Há idiossincrasias. Há crenças. Há fé. Há verdades que o tempo se encarrega de mostrar Que não possuem lastro algum na realidade.
E nesse processo, algumas poesias se apagam, Outras tantas se perdem, E o poeta se sente um bobo, Um contador de histórias ridículas, Um louco, Um palhaço de circo Cercado por hienas famintas.
A plateia dele ri e debocha. Caçoa-o de forma vil, Torcendo pela sua morte, Mal sabendo que é na morte, – Mais uma entre tantas mortes – No meio do escárnio e do suplício, É que o poeta encontra a sua redenção, Retomando a sua forma mais sublime.
Há inocência nas palavras do poeta, Posto que a inocência é o seu líquor, sua essência, De forma que ele apenas lamenta Por quem em suas palavras Nada dele viu ou a ele sentiu, Fustigando o poeta pela sua própria existência.
O amor não é a foto no Instagram
É o que faz a foto precisar existir
Não é a mensagem do WhatsApp
Mas a vontade de enviar a mensagem
Não é o coração do Facebook
Mas o sorriso indisfarçável por detrás da tela
O amor é sempre causa
Nunca consequência
Nunca vi um amor sobreviver só de palavras
De declarações
Nunca vi um amor sobreviver só de coisas grandes
Monumentais
O amor se retroalimenta de coisas pequenas
Da intimidade, da cumplicidade
Da atenção aos mínimos detalhes
Da generosidade e da sinceridade
Da desavença e do entendimento
Do perdão, da compreensão
O amor é pai de tudo que é bom
De tudo que na vida faz genuína diferença
E eu, como aprendiz de poeta
Digo que o amor não está nas minhas poesias
Mas no que não mostro
Aceito e sinto
Pois para mim, o amor é invisível
Mas eu sei –
E como sei! –
Que ele de fato existe
O amor é minha única verdade
E em busca da verdade eu sigo.
Por que eu deveria me envergonhar de minhas lágrimas, se todas elas foram de verdade?
Tudo que você viu foram confissões escorrendo pelo meu rosto. Tudo que você viu existia em mim. Tudo que você viu sou eu.
Se você me viu chorando algum dia, é porque eu já confiei muito em você. E nesse dia, você não viu a minha fraqueza, mas a força e o tamanho de tudo que me habita. E se você achou isso estranho, a grande verdade é que você nunca vai me compreender: eu não caibo em você.
Hoje Meu amor, minha vida Calhou de me dar a vontade De escrever uma despedida Que depois de duas garrafas de vinho Parece-me a única avenida Ainda que seja um beco sem saída Ou trilhos que levam-me ao nada
Há tempos não ouço de ti Há tempos não toco tua pele Há tempos não sei de nós Há tempos… E parece-me toda uma vida Dada com os burros n’água
E nesse turbilhão de saudades Nessas pequenas e diárias eternidades Por uma última vez Venho aqui dizer que te amo E que te amarei para sempre Todos os dias Até mesmo nos dias Em que eu não amar-te-ei: Dias que não existem
Ad infinitum Esta, pois, é a minha vontade Mantém-se a minha doce santidade Na presença que não se materializa E que me estrangula de tanta saudade Esvai-se a minha sanidade No perfume que deixaste Em tudo por aqui E que todos os dias Pelo vento confirmas e trazes
Amor meu Onde estão os olhos teus? Que tanto me iluminavam Que tanto me diziam A tua voz que me sorria O que sem dizer, dizias…
Eu não sei E de tanto não saber De mim mesmo estou farto
Dei-te meu mundo Cada e todo segundo O que em mim há de mais fecundo De mais profundo Se foi… E sequer sei para onde Eu mesmo me fui: Meu destino é ignorado
Não sinto-me sozinho – Por certo – Estás sempre por perto! – E em meu peito O coração sempre aberto Clama por teu nome Que não repetirei aqui Em memória do que não foi vivido Em nome do respeito e do zelo Que sempre nutri e nutro por ti
Hoje Meu amor, minha vida É só um dia qualquer Onde eu homem E tu que eras Para ser minha mulher Não se encontram E nesse eterno não encontrar Hoje, morri de saudades E ainda assim estou aqui Absorto em minhas flexuosidades
Erguerei outras taças Farei outros brindes Conhecerei outras pessoas Mas, hoje Tudo que me cinge Tem o teu nome E é em memória de ti Por si Em dó Por todas as notas Que por nós são Uma única melodia E só
E a minha faina É todos os dias – Mentir E fingir que nunca – Profunda e absolutamente – Eu te conheci Mas de fato conheço-te… E conheço-te Porque vivo-te E de ti nunca me esqueci.
A pessoa que chega para você e diz que está “se sentindo muito mal com tudo que aconteceu” e sequer pergunta ou quer saber o impacto do acontecido na sua vida, NÃO ESTÁ PEDINDO PERDÃO. Quer apenas aliviar a sua consciência. “Eu tentei, mas ele/ela não quis.”
Pedir perdão é, acima de tudo, se colocar no lugar do outro. É ter empatia. É ouvir o outro. É entender que o problema causado pode ser muito maior do que parece, e isso só é possível através de uma conversa madura e aberta.
Enfim… Querer se desculpar apenas por um drama de consciência é uma atitude egoísta, egóica, que não objetiva levar alento ao outro, mas apenas a si mesmo.
Algumas dicas para um verdadeiro pedido de perdão:
1. Seja claro ao mostrar arrependimento, ou seja, deixe explícitas as sentenças “me desculpe por…”, “peço perdão por…” “eu me arrependo de…”.
2. Explique o que ocorreu de errado e detalhe como e por que cometeu a falha.
3. Reconheça o erro, assuma a responsabilidade e não tente jogar para outros os motivos do ocorrido. Diga objetivamente que é culpado pelo fato e que, sim, deveria ser mais atento e cuidadoso.
4. Reforce que foi capaz de reconhecer o erro e que está mais atento para não cometer outras falhas no futuro.
5. Você ainda terá mais chances de ser perdoado se oferecer uma reparação pelo erro e dar exemplos do que poderia fazer para reverter a situação.
6. Por fim, faça um claro pedido de perdão, sem buscar grandes frases ou palavras difíceis, e tende ser o mais objetivo possível ao perguntar “você pode me desculpar?”.