Sexta-feira 13

Nada de azar

Nada de sorte

Só o que eu preciso

Para construir a minha história

E renascer de mim

Por mim

Por fim.

A coisa mais linda

De todas as coisas lindas da vida –
E na vida não faltam coisas lindas –
A vida é sempre das coisas a mais linda.

Ora feliz, ora triste
Ora crente, ora descrente
Tudo permanece, tudo existe
Tudo permeia, tudo insiste
Tudo é porque é
Tudo é vivo
Tudo pulsa
Tudo.

Tenho medo de perder a vida
Não porque tenho medo da morte,
Mas porque há muita sorte
Em se poder ter a vida.

Que os sorrisos invadam!
Que as lágrimas corram soltas!
Pois tudo é parte das coisas lindas
E do privilégio que é poder achar que são lindas
As coisa mais lindas que são a própria vida.

Foice

Algumas vezes

É preciso doer como nunca

Para que não doa para sempre

 

A vida é assim

Nos altos e nos baixos

“Nas favelas, coberturas,

Quase todos os lugares”

 

Não importa a idade

Ou se é cedo ou tarde:

Ir ou deixar de ir

Decidir ou não decidir

Tudo é ou gera

Uma implicação

Sob a qual versam versos vivos

Que carecem de explicação

 

É para ser sobre o hoje

E nunca sobre o amanhã

Que soa deveras infinito

Mas que pode não acontecer

Pode não vingar

Pode não ser

 

A contagem regressiva para a morte

Inexorável, invisível

Foice que alguns deixam

Ao relento

E quando chega

Em um único corte

 

Foi-se

 

Independentemente

Do querer ou não

Foi esta a sua sorte.

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Contagem regressiva

Se com o meu nascimento

Inicia-se a implacável

Contagem regressiva

Agressiva

Para minha morte

Valha-me, Deus!

Dá-me um pouco de sorte!

Para que não haja morte em vida

Ainda que seja eterna a vida após a morte.

Vida

Amor ou morte

Caminhos

Escolhas

Como folhas

Flutuam ao vento

 

E o tempo

Implacável

Indomável

Segue alheio ao teu diferimento

 

Sonhos de uma vida inteira

De uma vida inteira cativos

Resplandescendo a teus pés

E pelos teus pés comedidos

 

Posto que a vida apresenta chances

A tu que tens da vida fugido

Ainda que tenhas decretado a morte

De tudo que ainda há para ser vivido.

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Morte

Deixo-te como herança

O meu sorriso

Ei-lo como na chegada

Este da despedida

 

O coração?

Não te preocupes

Apesar de não estar bem

Já há disgnóstico:

Ausência total de toda sorte

Também conhecida como

Morte.

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Matando a saudade

Faça lua ou faça sol

Faça inverno ou verão

Por azar ou por sorte

Na luz ou na escuridão

Ela está lá…

Do amor, litisconsorte

Ouças-me bem, saudade:

Uma hora dessas

Estrangulo-te até a morte!

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Ampulhetando

Em silêncio eu espero

Em silêncio, eu espero

E espero na espera

Esperando esperança

No silêncio que impropera

 

O tempo rasga

O tempo dói

O tempo não cura

Pelo contrário!

Vira do avesso

Eviscera as factíveis

E inesquecíveis lembranças

Do que só tem começo

 

Ele faz esquecer

Faz esquecer de esquecer

Relembra com intensidade

Cada vez mais tenaz e forte

É legião – e não centúria ou coorte! –

É esforço pra lá de inútil

É desperdício de momentos

É jurar o amor de morte

E assustar-se com sua vingança

Ferindo-nos com um certeiro bote

Do qual não se escapa

Quer seja por prudência ou pura sorte

 

Mas sei que devo entender –

E ainda assim não entendo! –

Na nossa dor somos vivos

E está por deveras doendo

Mesmo que não saibamos

O futuro acabará sendo

Um desesperado recuperar

De horas……………………

De minutos………………………..

De segundos……………………………….

Que prudentemente ou não

Acabamos perdendo

 

Que eu esteja errado, então…

Que o vento espalhe

As areias do tempo

E que algum dia

Possamos chamar

Esse aparente – e convincente! –

Desperdício

De um grande investimento

Que não deixou resquícios

E que só criou para o futuro

Uma miríade de melhores momentos

Ainda que, por ora

Nem isso sirva de alento

Só duro e cruel sofrimento.

sands-of-time