Também

Não preciso de ti para nada
E sei que não precisas de mim para nada também.

Somos despretensiosamente voluntários
Das longas conversas,
Das longas caminhadas,
Dos longos abraços,
Dos longos beijos,
Dos corpos em chamas,
Das nossas almas em chamas também.

Sei que tens receio de dizer:
“Eu te amo”,
E eu tenho também.

Mas se houver verdade nisso,
Diante de todos os indícios,
Saiba apenas que eu também.

Somos

O que não dizemos

O que não fazemos

O que não retrucamos

O que não assumimos

O que não negamos

O que não amamos

O que não vivemos

 

Nós somos tudo aquilo que fingimos que não somos

Nós somos tudo aquilo que queremos esconder dos outros que somos

Nós somos tudo aquilo que só o nosso travesseiro sabe.