Iron Maiden – EMPIRE OF THE CLOUDS

Não é a primeira vez que escrevo sobre o Iron Maiden nesse blog, e com certeza não será a última. E não é por falta de assunto, mas sim por conta do respeito e da admiração pela banda, que crescem mais a cada dia.

Meu amor declardo pela banda já foi descrito aqui. Já foram tantos discos, tantas músicas, que de uma forma ou de outra até os fãs mais apaixonados começam a pensar que a criatividade e até mesmo a vitalidade da banda vai algum dia acabar… Mas não.

A música EMPIRE OF THE CLOUDS, do novo disco chamado THE BOOK OF SOULS, é o último presente do Iron Maiden para seus fãs. Como sempre, uma aula de História e, acima de tudo, de bom gosto, de pura emoção. De maneira simplística, uma composição fantástica com uma execução para lá de brilhante, com direito até mesmo ao Bruce Dickinson no piano!

Essa música é fala da história do dirigível britânico R101 (apenas para efeitos de comparação, o Titanic caberia dentro deste dirigível) que terminou em um grave acidente com a morte de 48 pessoas e 6 sobreviventes. Não, eu nunca tinha ouvido falar desse dirigível, assim como também nunca tinha ouvido falar do poeta inglês Samuel Taylor Coleridge. É o Iron Maiden distribuindo cultura como sempre fez e faz. E que se Deus quiser continuará fazendo!

Sem mais delongas, segue a música. Não dá para definir como Heavy Metal. È de uma beleza e de uma originalidade que desafiam quaisquer rótulos. É o Iron Maiden no seu melhor. É o Iron Maiden! UP THE IRONS!

ATENÇÃO: É bem possível que a melodia dessa música não saia mais da sua cabeça depois de ouvi-la apenas uma vez. Estou avisando apenas por precaução. 🙂

Up the Irons!!!

Para quem não sabe, sou fã incondicional do Iron Maiden. Quando meus pais me levaram a em uma loja de discos pela primeira vez, eu tinha acabado de ganhar um walkman da Aiwa. Optei por comprar 2 fitas: Piece of Mind e Powserslave, que não por acaso são álbuns do Iron Maiden.

Meus pais ficaram assustados. Aquela coisa meio demoníaca na capa sendo eu aluno de um colégio de freiras… Mas de demoníaco não tinha nada. De fato, os álbuns apenas falavam do que está escrito na Bíblia (a música Relevelations, por exemplo), e o que não falta na Bíblia são menções ao “coisa ruim”. Além disso, falam de História, Mitologia, Filosofia, e de um monte de coisas que faz quem ouve as músicas expandir os seus horizontes. Iron Maiden é cultura. Simples assim.

De lá para cá, o Iron Maiden lançou muitos álbuns, Bruce Dickinson saiu e voltou da banda, mas o meu amor permaneceu incondicional. Sou fã de carteirinha, e entre shows da banda e do Bruce Dickinson em carreira solo, já devo ter assistido a pelo menos uns 15!

No final do ano passado, Bruce Dickinson descobriu que estava com câncer: um tumor na língua e outro na garganta. Recebeu alta faz pouco tempo, e em breve será lançado o mais novo álbum do Iron Maiden: The Book of Souls. Bruce só vai poder cantar novamente em 2016, mas esse disco vai ajudar a “matar a saudade”. O piloto de avião, esgrimista, e sei lá mais o que, não para nunca! 🙂

O motivo do post de hoje, entretanto, não é das músicas em si, mas da visão empresarial da banda. Eles são empreendedores natos, e conhecem seu público como ninguém. Segue um pequeno texto de uma recente entrevista do Bruce:

— Você não consome, por exemplo, a sua mulher ou o seu time de futebol, eles são partes suas, você tem uma relação com eles. Aí está a diferença. O que você tem que fazer com seus álbuns, você faz por intermédio da imprensa, dos shows… Você mantém a relação com os fãs, e eles continuam fãs. As gravadoras se tornam parte disso se elas quiserem — opina. — Acho que as gravadoras estão num lugar estranho hoje, elas não abraçaram a ideia de que são responsáveis por cuidar dessa relação com o público. Elas se preocupam muito com a imprensa, mas não com os fãs. Assim, quando o download apareceu, eles agiram como se o público fosse o inimigo. Os garotos baixavam as músicas porque gostavam muito delas, não achavam que estavam roubando algo do artista. O trabalho das gravadoras era ter a visão de que os garotos poderiam obter delas próprias a música. Só que não fizeram, e por isso elas não existem mais. Nós, os artistas, ainda existimos, e temos a relação com o público. A relação entre o Maiden e os fãs é o que importa.

Tem como não gostar de uma banda dessas? 🙂

P.S.: Se você acha que um iPod revolucionou o mercado (de fato revolucionou), você não tem idéia do que representou o lançamento de um walkman!

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/musica/as-gravadoras-estao-em-crise-porque-nao-pensaram-nos-fas-diz-bruce-dickinson-17151805#ixzz3icLwYSfw
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