Em silêncio eu espero
Em silêncio, eu espero
E espero na espera
Esperando esperança
No silêncio que impropera
O tempo rasga
O tempo dói
O tempo não cura
Pelo contrário!
Vira do avesso
Eviscera as factíveis
E inesquecíveis lembranças
Do que só tem começo
Ele faz esquecer
Faz esquecer de esquecer
Relembra com intensidade
Cada vez mais tenaz e forte
É legião – e não centúria ou coorte! –
É esforço pra lá de inútil
É desperdício de momentos
É jurar o amor de morte
E assustar-se com sua vingança
Ferindo-nos com um certeiro bote
Do qual não se escapa
Quer seja por prudência ou pura sorte
Mas sei que devo entender –
E ainda assim não entendo! –
Na nossa dor somos vivos
E está por deveras doendo
Mesmo que não saibamos
O futuro acabará sendo
Um desesperado recuperar
De horas……………………
De minutos………………………..
De segundos……………………………….
Que prudentemente ou não
Acabamos perdendo
Que eu esteja errado, então…
Que o vento espalhe
As areias do tempo
E que algum dia
Possamos chamar
Esse aparente – e convincente! –
Desperdício
De um grande investimento
Que não deixou resquícios
E que só criou para o futuro
Uma miríade de melhores momentos
Ainda que, por ora
Nem isso sirva de alento
Só duro e cruel sofrimento.

Curtir isso:
Curtir Carregando...