Eu, peregrino

Só temos o agora,
Deixa a ansiedade lá fora,
Deixa vir o destino.

Quiçá ele é nosso?
E é justamente por isso
Que eu não procrastino.

Ainda que só por hoje,
Teu ventre é o cálice
Para onde eu peregrino.

Na pior das hipóteses,
Memórias, histórias,
Desvairado desatino.

Punas-me!

Silêncio…

Só consigo sentir os teus gemidos
Tuas coxas selaram meus ouvidos

Falar eu não consigo
E ainda assim com fúria te bendigo

Por que fazes isso comigo?

Teu ventre é um perigo
Mereço de fato este castigo?

Mereço
E pior do que isso:
Quero sempre mais

Punas-me!