Em meio e de forma alheia
Às confusões e rebuliços da mente
A verdade que sai do vinho
É a verdade que se verdadeiramente sente
In Vino Veritas
E uma vez vista, a verdade não pode (e nem deve) ser desvista.

Em meio e de forma alheia
Às confusões e rebuliços da mente
A verdade que sai do vinho
É a verdade que se verdadeiramente sente
In Vino Veritas
E uma vez vista, a verdade não pode (e nem deve) ser desvista.
Duas garrafas de vinho vazias. Feito lentes de um par de óculos, que revela toda e qualquer verdade. Oráculo do que já se é e ainda assim se almeja ser.
In Vino Veritas
E uma vez vista, a verdade não pode (e nem deve) ser desvista.
O amor não é a foto no Instagram
É o que faz a foto precisar existir
Não é a mensagem do WhatsApp
Mas a vontade de enviar a mensagem
Não é o coração do Facebook
Mas o sorriso indisfarçável por detrás da tela
O amor é sempre causa
Nunca consequência
Nunca vi um amor sobreviver só de palavras
De declarações
Nunca vi um amor sobreviver só de coisas grandes
Monumentais
O amor se retroalimenta de coisas pequenas
Da intimidade, da cumplicidade
Da atenção aos mínimos detalhes
Da generosidade e da sinceridade
Da desavença e do entendimento
Do perdão, da compreensão
O amor é pai de tudo que é bom
De tudo que na vida faz genuína diferença
E eu, como aprendiz de poeta
Digo que o amor não está nas minhas poesias
Mas no que não mostro
Aceito e sinto
Para mim, o amor é invisível
Mas eu sei
E como sei!
Que ele de fato existe
O amor é minha única verdade
E em busca da verdade eu sigo.
No Brasil de hoje, está em curso um preconceito muito grande com relação as Ciências Humanas de uma forma geral, sendo isso relativamente fácil de ser explicado.
Há uma definição na página da UFMG que achei brilhante:
“Em casa, nas ruas, nos ônibus, na escola, no trabalho, no mundo virtual. Em todos os lugares, os seres humanos estabelecem relações entre si, sejam elas de amizade, afeto ou poder. Mas quem é capaz de compreendê-las? As Ciências Humanas procuram ir fundo naquilo que é mais peculiar em nós e talvez, por isso, mais difícil de ser desvendado: a nossa humanidade. Filosofia, Psicologia, Ciências Sociais, História e Pedagogia. Quem escolhe trilhar um desses caminhos deve se desfazer de preconceitos e não se contentar com o óbvio.”
Copiado hoje, no dia 08/05/2019, desta página. O autor do texto é Vinícius Luiz.
O próprio texto já explica o desafio: como essas ciências tratam de fatos do nosso dia-a-dia, é muito fácil para os desavisados acreditar que se trata apenas de senso comum, e por se tratar de senso comum, é algo raso e de fácil compreensão. Grave engano. Gravíssimo!
Vou citar um exemplo da minha área (sou formado em Ciências Econmômicas, que é uma Ciência Humana). Tenho lido com frequência que, para aumentar a arrecadação do governo, é preciso aumentar impostos. Parece algo sensato, não? Diminuir gastos e privilégios completamente desnecessários deveria ser mais óbvio ainda (mas vamos deixar isso para outro post). Então, apresento-vos a Curva de Laffer:
Essa curva é bem elementar para quem fez o curso de Economia, e basicamente (e de forma bem simplificada) quer dizer que há um ponto ótimo em que a carga tributária arrecada o máximo que é possível sem prejudicar a atividade econômica. Trocando em miúdos, ao contrário do que se pode esperar como leigo, aumentar os impostos pode realmente diminuir a arrecadação do governo, até mesmo ao ponto de não haver arrecadação (e nem produção). Maiores detalhes podem ser encontrados nesta página.
Percebem o dilema? As discussões nas redes sociais, por exemplo, baseiam-se, em sua grande maioria, no senso comum. E como falta ao brasileiro (especialmente!!!) a humildade para perceber que há mais sobre um determinado assunto do que ele consegue perceber, dão-se os embates improdutivos e que só servem para dividir ainda mais a sociedade.
Muitos dizem: “Tales de Mileto não era formado em Filosofia! Aristóteles e Platão também não! Nem Descartes!” Pois é… Mas estes foram mais do que isso: foram as pedras angulares do que conhecemos sobre Filosofia nos dias de hoje. Muito foi contruído em cima do que eles disseram, e para entender essa base de conhecimento e discutir com propriedade é necessário SIM fazer uma faculdade (ou ser um autodidata minimamente sério, sob pena de ser cooptado pelo seu próprio entendimento, pelo senso comum).
Não vou entrar na questão que envolve aqueles que se utilizam da ciência para justificar as suas ideologias. Essa é outra questão completamente fora do que quero cobrir aqui, mas agrava ainda mais a percepção leiga de que não há um mínimo conjunto de regras ou conhecimento sobre o qual os “escolados” se apoiem diante de uma discussão.
Sem mais delongas, espero ter conseguido cumprir o meu objetivo. Fiquem atentos ao que é dito apenas com o intuito de politizar ou minimizar os mais variados campos de conhecimento da humanidade. Não chegamos até onde estamos somente através da Matemática, por exemplo. O bom mesmo é falarmos do que entendemos, reservando a nós mesmos sempre o direito de termos a nossa própria opinião, desde que sejamos capazes de entender as nossas limitações. Para maiores detalhes, sugiro pesquisar sobre Episteme e Doxa.
Comentários? Por favor! 🙂
Fugindo dos olhos
Da voz
Do toque
Mantendo-se distante
Olhando de longe
Ou mesmo nem olhando
O Sol
A Lua
O mar
Não precisam de anuência para existir
Há coisas que simplesmente existem
E que são como são
A recusa
A negação
O não dito em detrimento do sim
O sim dito no lugar do não
E a vida passa…
Cheia de possibilidades
De escolhas
Tudo na vida é uma opção
E diante de toda mentira explícita
Há uma verdade enclausurada
Clamando por atenção.
E ela que veio naturalmente
E casualmente se despiu
Ficou nua, nuíssima de alma
Coisa bonita assim nunca se viu
Mas ela insiste em andar vestida
E isso só sabe quem nela já viu
A pujança de seu coração petulante
Que desde sempre me sorriu
E entre as fugas das lembranças
E na presença do que não partiu
Foge de si mesma feito criança
Feito flor que ainda não se abriu
Mas a verdade insiste em mostrar-se
Nos detalhes em que na vida não fingiu
Que rondam sua mente tortuosamente
Na saudade do que ainda nem existiu
E nesses versos sinceros e ritmados
Feitos da sina do qual nunca fugiu
Ri para si mesmo o perspicaz poeta
De quem se foi e nunca partiu.
E sentado rente ao mar
As idéias ali defronte
Indo e vindo em espasmos
Em ondas e ventos
Que se misturam e se atormentam
Distorcendo o horizonte
Jazo imóvel:
Coração que sangra impecável
Diante do destino incerto
E da ferida desnecessária
Ignóbil
E me vejo naufragando
Nas poças que gero eu mesmo
Na esperança
Que se faz de desentendida
Feito quem acredita
E nunca alcança
Mas salva-me o vinho
Meu bom companheiro
E traz-me algum tipo
De ébria pujança
Que faz despir-me de mim mesmo
E perceber que ainda sou
Absoluta verossimilhança
E bem ao fundo
Diante do todo que se cala
Porque se declara mudo
Ouço todos os detalhes
E o quanto
Ainda acredito
Apesar dos pesares
Nas coisas boas deste mundo
E ainda sentado rente ao mar
Eis que as ondas cessam
O sol se abre
E a miudeza desaparece:
Foi só um susto –
Declaro –
E agora já não me desconheço
Porque sou e quero o mesmo de sempre
Por fora
Ou mesmo quando estou do avesso.