Há esperança

Dizem que os passarinhos,

Em suas gaiolas frias e apertadas,

Cantam porque estão tristes.

Eu já penso que não.

Eles cantam, cantam e cantam,

Porque ninguém consegue

Aprisionar ou calar neles a esperança

De que haverá melhores dias.

Crescendo…

Ninguém jamais perdeu algo na vida por ser honesto, sincero, verdadeiro, grato, compreensivo, carinhoso, amoroso, bondoso, cuidadoso e, acima de tudo, gentil.

Muitas pessoas alegam que perderam tempo sendo assim com pessoas que não mereciam, mas eu pergunto: qual é o mérito de ser somente assim com quem também é assim com você?

A vida é uma escola e somos eternos alunos. Cada vez que somos gentis, por exemplo, mais gentis nos tornamos. Praticar o bem nos torna melhores do que já somos. Sempre.

O mundo dos outros pode não espelhar aquilo que somos ou fazemos, mas o universo… Este sim é o nosso grande espelho, e dele receberemos exatamente tudo aquilo que nele projetamos.

Nunca se decepcione. Mais a frente, a vida mostrará de forma inequívoca que tudo sempre valeu a pena. Viver vale a pena. Ser de verdade vale a pena. Sempre. 🙂

Você merece!

Se perdoe, vai…

Se perdoe e vá.

Pois a vida é curta

E o tempo é breve.

Mas as memórias e os sentimentos,

O calor e a cor dos momentos,

As nuances dos tempos,

São perpétuos

E transcendem jazigos perpétuos.

Se perdoe, vai…

Você merece.

Simplesmente vá.

Luz que nos guia

Talvez a luz não esteja no fim do túnel.
Talvez o túnel seja a prória luz
Nos guiando pelos caminhos emaranhados da vida.

26 Ele disse-lhes: “Homens de pouca fé, porque estavam com medo?” E levantando-se repreendeu o vento e o mar e fez-se uma grande calma. – Mateus 8:26

Aprecie a paisagem no túnel (ela existe – acredite!) sem medo e sem moderação. Confie no processo. 🙂 🙂 🙂

Country Clube – Nova Friburgo/RJ

Vitrificado

Fascinam-me os pássaros,
Flutuando ao lado da ponte
Sem precisar bater suas asas
À mercê da magia do vento.

Fascina-me a ponte
Que serve de refúgio aos pássaros
Imponente diante da paisagem
À mercê da magia do tempo.

Fascino-me eu comigo,
Diante dos pássaros e da ponte
Diante do vitrificado horizonte
À mercê de Deus adiante eu sigo.

Agora

Se não sentires vontade de falar comigo quando Morfeu te devolve ao mundo ou mesmo quando ele se prepara para novamente receber-te, vai-te embora.

Se a músicas que ouvimos tantas e tantas vezes juntos não te remetem aos inúmeros pequenos e grandes momentos que vivemos juntos, vai-te embora.

Se a calor do sol que esquenta a tua pele não fizer com que te lembres de todas as loucuras que já vivemos na cama (e em outros lugares também), vai-te embora.

Se os aromas e gostos que tanto nos diziam não forem capazes de fazer com sintas frio na barriga ou arrepios na pele, vai-te embora.

Se eu não estiver na lista daqueles que surgem na tua mente quando estás com um problema ou simplesmente porque precisas desabafar, vai-te embora.

Talvez eu implore para que fiques. Vai me doer, vai me fazer sangrar, mas insisto: vai-te embora.

Porque há muito mais no mundo esperando por mim. Eu sei que há, pois já passei por isso antes. Talvez passe por isso novamente. Eu não sei. Só vai-te embora, porque é chegada a minha hora e a nossa hora morreu de inanição.

Mas acima de tudo, vai-te embora, porque não preciso da tua pena. Não preciso da tua misericórdia. Não preciso da tua caridade, porque sei que ainda que eu caia, jamais ficarei no chão. A verdade não é capaz de me matar. Nunca será.

E se assim for, vai-te embora, porque a tua presença impede o milagre do porvir e de tudo que preciso para viver e me sentir vivo.

Eu quero tudo e quero muito. E quero agora, porque eu vivo e sou o agora.

E agora, vai-te embora. Sem demora. Há pressa diante do que a vida ainda tem para mim.

Autossabotagem

E se…
Vai que…
Quem sabe?
Será?
Talvez…

No mundo das escolhas,
No palco das ilusões,
No futuro que se altera
Diante do sim e do não,
A vida segue resoluta,
Diante da amarga autossabotagem
Que é não tomada de uma decisão.

Qualquer coisa
É só culpar o destino
E deixar tudo por isso mesmo:
Café frio sobre a mesa
Adoçado com lágrimas ácidas e salgadas
Que brotam do coração.

A felicidade dá medo;
Todo o resto não.

Pedra Fundamental

Sair de cabeça erguida,
Brindar a integridade,
Degustar a verdade,
Manter a sanidade,
Ver as luzes da cidade
E sentir orgulho do eu que já não mais sou.

Porque este eu,
Este que não mais sou,
Lutou como sabia,
Tentou tudo que lhe cabia,
E na sua derrota aparente,
Surgiu vitorioso um dia.

Não venceu ninguém,
Posto que com ninguém competia.

Não humilhou ninguém,
Posto que assim se humilharia.

Foi só um alguém,
Que verdadeiramente existia.

E hoje, mais forte,
Mais valente,
Mais amoroso,
Olho para o eu que já não sou
E agradeço a Deus de joelhos por já ter sido.

Porque tudo que eu era
É hoje pedra fundamental
Do que vivo,
Do que sinto,
Do que acredito,
E de tudo mais que eu já sou,
E de tudo mais que eu ainda serei.