
Você trabalha com o quê?

Eu tenho sonhos imensos
Desejos que nunca acabam
Vontades que nunca passam
A todo e qualquer momento
Se eu invento?
Não preciso e nem tento
A culpa é toda tua
Que o tempo todo desfilas nua
Na lascívia inexorável do meu pensamento
És da minha alma alimento
E eu te devoro
A todo e qualquer momento.
Nem tudo foi como eu esperava.
Nem tudo foi como eu sentia que seria.
Nem tudo foi;
Muita coisa ficou.
Mas aquela esperança que eu tinha,
Que hoje acredito ser só minha,
Aos poucos vai se enfraquecendo,
Dissipando-se na ausência repetida,
No silêncio descomedido,
Na falta de razão ou sentido
E ainda assim,
Aparentemente decidida.
Mas eu aprendi a respeitar,
Pois nunca amei só por amar.
Era algo maior que eu…
E não era só por mim,
E só faz sentido se for assim.
Tudo foi por nós.
Tudo.
Tudo.
Tudo.
Sei e sinto que ainda somos,
Mas o que eu posso fazer agora
Além de desejar que você esteja feliz?
Eu não tenho a chave da porta
Que você fechou por dentro.
E mesmo que a tivesse,
Por nós ela só se abrirá realmente
Se você definitivamente abri-la.
De todos os clicks e likes que já recebi
Quantos tantos outros deixei de receber
Por serem inexclicáveis?
Quantos foram sorrisos?
Quantos foram saudade?
Quantos foram desejos?
Quantos foram vontades?
Quantos foram orgasmos?
Quantos foram queijos e vinhos?
Quantos foram café?
Quantos foram eus desobrigados?
Quantos foram paixão?
Quantos transbordaram?
Quantos foram o infinito?
Quantos foram liberdade?
Quantos foram amor?
Quantos ainda hoje são
Quantos simplesmente são
Independentemente do que se diz que é?
Quantos…
Quantos…….
Quantos………….
Tudo é tão inexplicável
E a vida assim
Seguindo
Morrendo
E vivendo
Em verdades
Inexclicáveis.
Daqui a 10 anos
Não quero estar onde estou
Onde estive
Quero-me para mim
E somente por mim
Já que sou o maior presente da minha vida
Daqui a 10 anos
Quero ter sentido
E sido muito mais
Posto que a vida é fugaz
E sei que somente depois da morte
Haverá algum tipo de paz
Daqui a 10 anos…
Dez anos?
Dez anos é tempo demais
Melhor deixar logo tudo para trás
E recomeçar hoje
Agora
Sem demora
Já está mais do que na hora
De viver de dentro para fora.
Lembra de como era no início?
Eu escrevia uma poesia
Você imediatamente lia
Imediatamente aparecia
Sorria
Agradecia
Ficava lindo o nosso dia!
Depois, virou rotina
Muito embora mais ricas as poesias
Mas nem sei se as lia!
Sequer aparecia!
Não sei se sorria
Agradecer, não agradecia
Ficava nublado o meu dia.
Mas você não vai me mudar
EU SOU ASSIM!
Eu sou poesia
Eu amo por amar
Escrevo por necessidade
Não por vontade
Quer seja por presença
Ou saudade!
Que nós tenhamos um lindo dia!
E que nossos corações se aqueçam
Quer seja com café
Ou com poesia.
Menos foco no que você é
(ou acha que é)
Mais foco no que você quer ser
(ou já é e não se deu conta)
Less focus on what you are
(or on what you think that you are)
More focus on what you want to become
(or on what you are already and haven’t realized yet)
Quando eu era mais novo, por ser muito racional e por todo um histórico familiar que prefiro deixar de fora nesse momento, eu acreditava que a única maneira de ser feliz era controlando tudo. Obviamente, eu não tinha consciência disso, e usava termos alternativos para definir o tal controle. No caso de namoradas, ciúmes. No caso do colégio, perfeccionismo (notas sempre muito altas). E por aí vai…
Acontece que é simplesmente impossível controlar tudo. Não dá! Desde quando é saudável marcar em cima da namorada 24 horas por dia? Desde quando é saudável estudar não pela nota máxima, mas apenas para ter a nota máxima e usá-la como ferramenta de manipulação? “Sabe como é, coordenador… Sou o melhor aluno.”
Na prática, como não é possível controlar tudo, acabamos por criar mecanismos de manipulação dos mais variados tipos. Lidamos com os outros e ao mesmo tempo tentamos anulá-los, de forma que seja inequívoco o poder que exercemos sobre estes. O objetivo é ter e estar SEMPRE no controle.
Bem… Como vocês podem imaginar, a vida acaba ensinando que isso simplesmente não funciona. Pode funcionar no curto prazo, mas com as pessoas ficando mais maduras e espertas, o mundo da manipulação acaba ruindo. Só que você (eu, no caso) é o último a se dar conta disso, e acaba investindo de forma mais pesada ainda em maneiras de controlar o que por natureza é incontrolável: a vida.
O resultado disso? Cansaço, ansiedade, depressão… Uma sensação de impotência incrível que, por bem ou por mal, acaba tirando você (eu) da ilusão de que você é o “Master of Puppets” (sim, referência ao Metallica) e que todos são suas marionetes, cuja única finalidade existencial é satisfazer as suas (minhas) vontades. Cai por terra a ilusão de que outros são objetos secundários, passivos, sem sentimentos, etc.
E aí, dependendo das suas crenças, você acaba procurando caminhos para tentar resolver isso. Livros de autoajuda, psicoterapia, tratamento psiquiátrico, etc. Considero todos estes meios válidos, e acredito que todos podem contribuir de alguma forma. Entretanto, o formalismo da Psicanálise e da Psiquiatria levam vantagem sobre os demais, creio eu. Você não quer cair nas mãos de alguém que escreva um livro dizendo que a única saída para os seus problems é o suicídio, não é mesmo?
E depois de um tempo, você percebe que durante uma vida inteira levou sobre os ombros um peso gigantesco que não precisava levar. A tentativa vã de controle sobre tudo e todos requeria um imenso esforço, ainda que parecesse algo natural, parte da sua vida. E percebe que o que precisa acontecer, de fato acontece. A mulher que tem que ficar na sua vida, fica. Os amigos, idem. Tudo! As tentativas de controle são sumariamente ignoradas pela vida, pelo universo, e apesar do medo que isso possa gerar, não dá para negar as emoções atreladas a essa imprevisibilidade.
A vida como eu a conhecia mudou depois que me dei conta disso. Sofri e sofro quando tenho que sofrer. Sorri e sorrio quando tenho que sorrir. Eu vivo. Eu não controlo. Eu mato no peito o que tiver que vir. E com essa simples mudança, percebi que a vida tinha muito mais para me dar do que eu achava que tinha. É a famosa Lei do Retorno: eu deixo a vida me levar, e a vida me leva (Zeca Pagodinho que o diga). Onde vou parar? Não faço a menor idéia! Entretanto, depois de tomar tanta porrada da vida, descobri que essa é a ÚNICA maneira de viver. Se a vida é infinita em suas possibilidades, é para isso que estou aqui.
Que o universo e a vida conspirem em nosso favor!